PM de Timor-Leste diz que não vai permitir 'nova instabilidade'

>> 20081007


"O primeiro-ministro do Timor Leste, Xanana Gusmão, afirmou, em Díli, que não vai permitir que surja "uma nova onda de instabilidade" naquele país asiático.

Xanana Gusmão referia-se à realização da Marcha da Paz, anunciada pela Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin), o maior partido da oposição, para data ainda não especificada.

"Vamos permitir que haja manifestação porque é um direito constitucional mas estamos preocupados com o risco de uma nova onda de instabilidade", afirmou o primeiro-ministro, em entrevista coletiva.

Xanana Gusmão foi acusado, na semana passada pelo presidente da Fretilin, Francisco Guterres "Lu Olo", de ameaçar a população com "cadeia" se alguém fosse até Díli para participar na Marcha da Paz.

Nesta terça-feira, o primeiro-ministro esclareceu suas declarações e o contexto em que foram proferidas.

"Dirigi-me à população e aos grupos de artes marciais, como sempre fiz. Sempre falei diretamente com eles", disse.

O presidente timorense, José Ramos-Horta, que retornou de uma viagem a Nova Iorque e a Berlim, comentou o episódio.

"Se a Marcha da Paz é para falar de novo da alegada inconstitucionalidade do 4º Governo, é grave".

Ramos-Horta disse "rejeitar totalmente" se a Marcha da Paz for "politizada ou partidarizada".

A Marcha da Paz, que estava prevista para Outubro, acontecerá talvez apenas em Janeiro, segundo afirmou o secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, em entrevista à Agência Lusa.

Xanana Gusmão afirmou também que "todos os componentes de segurança do país estão coordenados".

Um comunicado distribuído pelo governo, nesta terça-feira, ressalta que "todas as medidas preventivas foram implementadas para assegurar que a manifestação da Fretilin em Díli, prevista para final deste mês, não degenere em violência".




NOTA PESSOAL: Mas, começa-se por marcar uma alegada 'Marcha da Paz' para Outubro e depois diz-se que afinal "acontecerá talvez apenas em Janeiro..." ??? Isto faz algum sentido?!

Alguém anda a brincar com o Povo...

3 comentários:

Anónimo,  terça-feira, 7 de outubro de 2008 às 21:31:00 WEST  

O que acho engraçado é sobretudo o que na notícia é dito que Ramos Horta disse:

"O presidente timorense, José Ramos-Horta, que retornou de uma viagem a Nova Iorque e a Berlim, comentou o episódio.

"Se a Marcha da Paz é para falar de novo da alegada inconstitucionalidade do 4º Governo, é grave"."

Anónimo,  quarta-feira, 8 de outubro de 2008 às 08:55:00 WEST  

Ramos Horta tem razao no que diz.

Se a marcha for o pretexto para resuscitarem aquele argumento idiotico sobre a 'inconstitucionalidade' do governo da AMP seria uma clara demonstracao da ma fe e ma intencao da lideranca da Fretilin Maputo.

Se Mari Alkatiri e' na verdade um advogado competente, ainda que nao constitucionalista, ele ja tem a obrigacao de saber que esse argumento nao tem qualquer validade juridica e a teimosia em insistir nisso so pode ser pura ma fe.
Os 'juristas' anonimos da Fretilin, incluindo o proprio Mari Alkatiri, bem que tentaram dar corpo a esse argumento mas foram convincentemente rebatidos por outras personalidades mais qualificadas e mais competentes em materias constitucionais. Se eles nao aprenderam essa licao e' porque sao inerentemente ignorantes, e se por outro lado aprenderam mas querem insistir nessa parvoice e' porque sao desonestos e motivados por interesses politico partidarios que nada tem a haver com a lei ou com os interesses nacionais.

Mas o facto e' que sabemos muito bem, ate porque o proprio Mari tem o dito, que o objectivo principal deles e' derrubar o governo. Mari nao vai conseguir derrubar o governo enquanto as instituicoes de estado estiverem capazes de funcionar em pleno, o que sera o caso se a paz e a calma se mantiverem no pais.
So uma situacao de instabilidade politica e social semelhante ao que aconteceu com a crise de 2006 poderia por em causa o funcionamento das instituicoes de estado e talvez assim o Mari poderia exigir a demissao do governo com base na incapacidade do mesmo em garantir a seguranca nacional.

Quanto a marcha, e' irrelevante se a Fretilin conseguir mobilizar 20,000, 50,000 ou 100,000 manifestantes uma vez que mesmo este ultimo numero representaria uma minoria num universo de mais de 500,000 eleitores timorenses.

Proporcionalmente, 100,000 manifestantes (de maior idade) representariam 1 eleitor em cada 5, o que jamais poderia por em causa a legitimidade do actual governo e por isso jamais justificaria dar-se uma seria consideracao a possibilidade de eleicoes anticipadas.

Sabemos todos tambem muito bem que em Timor as demonstracoes podem rapidamente mudar de um acto pacifico para um violento. Basta que para isso existam elementos infiltrados para provocar confrontacoes entre duas partes. Essa possibilidade torna-se muito mais real se aceitarmos os argumentos, na sua grande maioria vindos da propria Fretilin, de que existem interesses externos que procuram provar que Timor e' um estado falhado.
Assim, seria facil para esses alegados interesses aproveitarem-se desta marcha como uma oportunidade para instigarem a violencia que, diga-se abertamente, tambem serviriam os objectivos partidarios da propria Fretilin.
Por fim a Fretilin teria tambem muito a ganhar com acoes instabilizadoras do governo mas lavariam as maos de todas as responsabilidades culpando os ditos 'interesses externos'.

Nao e' de esquecer que muito recentemente Mari Alkatiri disse em entrevista que a manutencao da seguranca e' da exclusiva responsabilidade do governo o que para mim mais pareceu um lavar de maos em anticipacao a possiveis e eventuais quebras de seguranca e estabilidade.

Esta declaracao de Mari tambem desqualifica a ainda mais recente declaracao do presidente da bancada parlamentar da Fretilin, Aniceto Guterres, de que o partido assumiria as responsabilidades na evetualidade de a marcha tornar-se violencia.

O facto e' que nao se pode levar a Fretilin a tribunal por crimes cometidos por individuos que participem em actos criminosos.
Nesse contexto a Fretilin, como organizacao, nao seria passivel de responsabilizacao criminal nem os seus lideres que sao suficientemente espertos para deixar que os seus soldados de primeira linha, jovens radicais e desempregados, facam o trabalho sujo para o qual seriam depois responsabilizados.

Xanana Gusmao e' o actual PM e ele tem o dever e obrigacao de zelar pelos interesses nacionais e o bem estar do povo que de momento menos precisa de marchas com o potencial de criar mais violencia e instabilidade.
Se a marcha for avante, o governo deve usar todos os mecanismos de coercao legalmente ao seu dispor para agir sem a minima hesitacao ou misericordia no sentido de reprimir qualquer tentativa dos organizadores e/ou manifestantes de provocar a violencia em Timor.

Nao se pode permitir que um punhado de politicos sedentos pelo poder possam continuar a agir com impunidade e a brincar com as vidas de um povo e de uma nacao que, como todos nos sabemos e bem, ja sofreu demais.

Anónimo,  quarta-feira, 8 de outubro de 2008 às 09:22:00 WEST  

Ora quem fala assim, não é gago.

Mari não sofreu muito... andou fora desse sofrimento, como aliás ainda hoje anda.

Quem está a suportar a deslocação do sr. Rogério Lobato a Portugal? É só para perguntar, coisa que não ofende. É que gostava de saber...

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