If we can forgive, we liberate ourselves | Xanana Gusmão

>> 20090828

"Somos santos e pecadores", diz Xanana Gusmão
"Díli, 28 Ago (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, defende o perdão aos autores dos crimes cometidos até 1999, em nome das boas relações com Jacarta, considerando que a liderança também teve responsabilidade nos acontecimentos que levaram à ocupação indonésia.
Em entrevista à agência Lusa em Díli, Xanana Gusmão explicou que a população será "mais forte" se "perdoar, chamar para o seu lado, em vez de punir" os crimes cometidos durante a presença indonésia em Timor-Leste, entre 1975 e 1999.
"Ficamos admirados, com pena, com o grau de ódio que divide comunidades, seitas, tribos em vários países do mundo, que não se perdoam, usam as armas e a violência na sua mais alta expressão, a guerra, para se destruírem", disse Xanana Gusmão." (Referendo | 10 anos | Lusa/RTP)
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Xanana Gusmão defende perdão: "Somos santos e pecadores"
"O primeiro-ministro de Timor-Leste, defende o perdão aos autores dos crimes cometidos até 1999, em nome das boas relações com Jacarta, considerando que a liderança também teve responsabilidade nos acontecimentos que levaram à ocupação indonésia.
Em entrevista à agência Lusa em Díli, Xanana Gusmão explicou que a população será “mais forte” se “perdoar, chamar para o seu lado, em vez de punir” os crimes cometidos durante a presença indonésia em Timor-Leste, entre 1975 e 1999.

“Ficamos admirados, com pena, com o grau de ódio que divide comunidades, seitas, tribos em vários países do mundo, que não se perdoam, usam as armas e a violência na sua mais alta expressão, a guerra, para se destruírem”, disse Xanana Gusmão.

Timor-Leste celebra no domingo os dez anos da consulta popular de 30 de Agosto de 1999, que conduziu o país à independência, último acto de uma resistência protagonizado pelo actual chefe de Governo na maior parte dos 24 anos de ocupação e que terminaram com um saldo de 183 mil mortos.

Até hoje nenhuma alta patente indonésia foi acusada pelos crimes em Timor-Leste e a comissão formada pelos dois países para analisar os abusos cometidos durante a consulta popular terminou os trabalhos sem recomendar acusações nem indemnizações individuais.
Na quarta-feira, a Amnistia Internacional classificou de “impunidade” o tratamento dado pela justiça dos dois países aos crimes de 1999.

“Abraçamos os valores universais da Justiça mas há uma certa dificuldade de se perceber que cada terra, cada povo, tem as suas próprias formas ou modelos de resolver os seus problemas e conflitos”, disse o primeiro-ministro.

Por outro lado, assinalou Xanana Gusmão, já há resultados na política do perdão.
“Temos milhares de estudantes na Indonésia, as melhores relações com a Indonésia, melhores talvez do que com vários países do mundo”, declarou.

Há ainda o comércio, que “pende mais para a Indonésia do que para qualquer lado do mundo”.

“Nós, que somos um país essencialmente importador, vemos os benefícios disto: da política de perdoar, deixar para o passado o que foi do passado e construirmos todos, de uma maneira ou outra - ou eles numa forma, nós noutra - um futuro muito mais harmonioso entre os dois povos e entre os filhos desta terra”, defendeu o primeiro-ministro.

“Continuo convicto de que é a melhor solução para muitos países, como o nosso”, sublinhou o líder histórico da resistência timorense, capturado em 1992 e que esteve preso até 1999 na Indonésia.

Xanana Gusmão disse à Lusa simpatizar com a sugestão de uma amnistia geral, proposta pelo Presidente da República, Ramos-Horta, para os crimes cometidos antes de 1999, lembrando a responsabilidade dos timorenses nos acontecimentos que conduziram à invasão da Indonésia em 1975.

Os partidos timorenses, nascidos após a revolução portuguesa um ano antes, “em vez de aparecerem para sonhar pela liberdade, apareceram para infringir dores uns aos outros”, recordou.

“Pessoalmente, não posso negar que fui membro do comité central da Fretilin e tivemos a nossa quota-parte nesse processo todo de 24 anos”, reconheceu. “Somos santos e somos pecadores.”" (Destak/Lusa | destak@destak.pt)

Um dia, um comentador neste blogue, deixou-nos o seguinte texto:
"Nao sei se a margarida ja viu o filme sobre Xanana Gusmao intitulado "A Hero's Journey".

Nesse filme (em Ingles) podemos perceber quem Xanana Gusmao realmente e'.

E' um filme incrivel e inspirador sobre o perdao e a reconciliacao com narracao do proprio Xanana.

Atraves deste filme podemos comecar a perceber muitas das atitudes de Xanana relativamente a reconciliacao se antes nao o percebiamos.
Alen disso e' um filme que revela tambem a beleza das paisagens de Timor.

Ja para o fim da fita Xanana vai a Lospalos visitar um velho amigo dos tempos da resistencia que tinha ficado com ambas as maos completamente destrocadas por um milicia da vila vizinha em 1999. O velhote da-nos todos uma licao de humildade e perdao dizendo que so se vingaria se ao faze-lo pudesse recuperar as suas mao e ressuscitassem os martires da resistencia. Nao sendo isso possivel ele perdoava o culpado e aceitaria reconciliar-se com ele pois nao se ganha nada com a vinganca.

Xanana diz que este velhote e' uma grande fonte de inspiracao para ele."
Sublinhando esta ideia, citando o próprio Xanana:
"Forgiveness, to me, means peace of mind. If we can forgive, we liberate ourselves from all bad sentiments… of revenge… of self-flagellation." (A Hero's Journey)
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