Apontamentos | Agricultura biológica em Timor-Leste

>> 20100530

Por entre as montanhas de Timor-Leste. 



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Página recomendada:

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(*) Ok ... também coexistem, ainda, estradas muito más, enorme falta de água e pessoas pobres, em sofrimento. Não esquecendo nem menosprezando o que de menos agradável há, vai-se partilhando o que se observa, com toda amizade e boa-vontade.

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Autarquia apoia reconstrução de escola primária em Timor Leste – Oliveira de Azeméis

>> 20100528


A primeira escola reconstruída com os fundos da campanha «Do sonho…à realidade», promovida pela Câmara de Oliveira de Azeméis, foi inaugurada no distrito de Aileu, em Timor-Leste.

Esta foi a primeira escola pré-primária a ser restaurada utilizando os fundos angariados pela campanha solidária lançada em 2004 mas está já nos objectivos da Fundação Alola, que gere a implementação dos projectos da Fundação Xanana Gusmão, a reconstrução de uma segunda escola.

«Começámos agora a trabalhar na segunda fase deste projecto que será a reabilitação de uma escola em Díli»», afirma Kirsty Gusmão, presidente da Fundação Alola.

Kirsty Gusmão, esposa do primeiro-ministro de Timor-Leste, foi uma das figuras presentes na inauguração do novo equipamento onde agradeceu o «carinho» e «o grande apoio» da autarquia na reabilitação da escola Seloi-Kraik.

A campanha nacional de solidariedade «Timor: Do sonho…à realidade» foi lançada em 2004 pela Câmara de Oliveira de Azeméis com o objectivo de angariar verbas destinadas a apoiar a comunidade escolar e a promover a língua portuguesa.

No âmbito do apoio a Timor-Leste e da campanha, que envolveu o apoio da comunidade empresarial, Xanana Gusmão, então presidente da República de Timor-Leste, visitou por duas vezes o concelho de Oliveira de Azeméis.

A ultima deslocação, em 2006, envolveu contactos com algumas empresas com as quais foram assinados protocolos de cooperação para apoio à educação de crianças e recuperação de uma escola, além da oferta de livros.

Em 2009, Kirsty Gusmão esteve em Oliveira de Azeméis onde se congratulou com o projecto de intercâmbio «Laços de Amizade» destinado a ajudar as crianças de uma escola timorense.

A educação é uma das áreas prioritárias de intervenção da Fundação Alola, instituição que desenvolve ainda acções nas áreas da saúde materno-infantil, desenvolvimento económico e apoio jurídico.

No distrito de Aileu existiam, em 2009, 64 escolas primárias com 975 alunos, nove escolas pré-secundárias com sete mil alunos e quatro secundárias com mais de 15 mil estudantes. Ao sector, onde trabalham mais de 400 professores primários, foi afectado um orçamento de 380 mil euros.

 
DAQUI

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Numa visita a Coimbra, Ministra da Justiça Lúcia Lobato e os/as ATC's

>> 20100526

foto DR / Umalulik - Coimbra, 25 Maio 2010



Portugal e Timor-Leste assinaram hoje em Lisboa um aditamento de reforço ao protocolo de cooperação entre os ministérios da Justiça dos dois países, sobretudo no que diz respeito ao apoio na área da investigação criminal.



“Recebemos muito apoio de Portugal e penso que devemos continuar com essa boa cooperação e, ainda mais, reforçar dentro das áreas específicas que o Governo de Timor-Leste pretende realizar, nomeadamente, sobre a polícia de investigação criminal”, disse Lúcia Lobato, Ministra da Justiça de Timor-Leste.

Segundo o ministro da Justiça português, Alberto Martins, o encontro com a ministra timorense “possibilitou estender um protocolo de cooperação que existe, estabelecendo a regularidade das comunicações entre Portugal e Timor-Leste, e sobretudo, corresponder ao apoio, a colaboração e a cooperação na área de investigação criminal, o que vai ser feito com a articulação da Polícia Judiciária (PJ) no apoio às funções da investigação criminal que Timor-Leste está a desenhar.”

Lúcia Lobato referiu ainda que duas missões da PJ já estiveram em Timor-Leste, no âmbito deste protocolo. Nesta visita a Portugal manteve ainda um encontro com o director nacional da PJ, José Maria Almeida Rodrigues, e visitou ainda o centro de formação da entidade.

“Esperamos brevemente em Timor-Leste instalar a unidade da polícia de investigação criminal especializada, para reforçar os trabalhos do setor da Justiça. Já temos algum trabalho feito. Agora estamos a esperar aprovação da lei para a criação desta polícia de investigação criminal, ainda este ano”, disse Lúcia Lobato.

A ministra pediu ao ministro da Justiça de Portugal ajuda com técnicos e especialistas nesta área, “para fazer o projecto de lei andar para frente”, considerando que este é muito “importante para o país”.

“No sentido de reforçar os laços de cooperação interministerial, os signatários criam um mecanismo de consultas mútuas, de carácter técnico e político, consubstanciado em reuniões bilaterais de nível ministerial, a realizar com uma periodicidade mínima anual”, diz o texto do protocolo hoje assinado.

Sobre a polémica na exploração do campo de petróleo Greater Sunrise, Lúcia Lobato disse que vai “apoiar a iniciativa do Governo, neste caso do primeiro-ministro Xanana Gusmão, em negociar com a Austrália para que o pipeline vá até Timor-Leste”.

A empresa australiana Woodside, que lidera o consórcio que vai explorar o campo petrolífero Greater Sunrise anunciou que pretende construir uma plataforma flutuante, em detrimento de um gasoduto em território timorense.

O Governo timorense já fez saber que não aceita esta proposta e que pretende que seja construído um gasoduto para o seu território.

Em relação à reforma no regime eleitoral, a ministra timorense referiu que “vai chegar a altura do parlamento ter que discutir e aprovar o sistema eleitoral, talvez alterar a lei das eleições, isto é normal e pode fazer-se.”

Sobre possíveis divergências do seu partido (PSD) com o Governo timorense, Lúcia Lobato afirmou que “não há problemas.”

artigo daqui

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Governo de Timor-Leste celebra com a Eni a aprovação do desenvolvimento do campo petrolífero de Kitan

>> 20100524


COMUNICADO  DE  IMPRENSA

Secretário de Estado do Conselho de Ministros e
Porta-voz Oficial do Governo de Timor-Leste
Ágio Pereira

24 de Maio de 2010
Díli, Timor-Leste


Executivos da italiana Eni reuniram-se em Díli com representantes do Governo de Timor-Leste e da Autoridade Nacional do Petróleo e com membros do Parlamento Nacional, sociedade civil e meios de comunicação social para celebrar a aprovação do plano de desenvolvimento do campo petrolífero de Kitan, no valor de 1,1 mil milhões de dólares americanos.

A aprovação de desenvolvimento surge no seguimento de um processo de avaliação abrangente com a duração de três anos que cumpriu os parâmetros dos reguladores timorenses e que foi considerado pelos executivos da Eni como um feito marcante, dada a dimensão e o âmbito do projecto. A Eni confirmou que está empenhada em maximizar a participação económica directa de Timor-Leste no projecto Kitan, por via do uso de bens, serviços e mão-de-obra timorenses, bem como que irá continuar a trabalhar com o Governo timorense numa gama de iniciativas de desenvolvimento socioeconómico visando o crescimento do País.

Durante as celebrações os executivos da Eni elogiaram o Governo e os reguladores pelo seu profissionalismo, transparência, e facilidade negocial ao longo do período de planeamento de três anos.

O Secretário de Estado dos Recursos Naturais de Timor-Leste elogiou a Eni por trabalhar com os reguladores de forma a garantir o alinhamento das realidades comerciais com os interesses nacionais de Timor-Leste, tendo notado que a empresa era um modelo para a condução de negócios em campos petrolíferos segundo as boas práticas ao nível da conduta, espírito de cooperação e boa-fé, permitindo assim a obtenção de resultados céleres.

Kitan encontra-se na área de desenvolvimento petrolífero conjunto (ADPC) de Timor-Leste e da Austrália, distando 170 km da costa de Timor-Leste e 500 km da Austrália.

A Eni, uma das maiores companhias industriais da Itália, a operar em mais de 70 países, deverá produzir 40.000 barris por dia, sendo previsto que a produção total do campo de Kitan se cifre nos 34,6 milhões de barris. O campo situa-se sob mais de 300 metros de água, com a reserva localizada 3,3 km abaixo do leito do Mar de Timor. O petróleo começará a ser extraído até finais de 2011, com uma produção estimada na ordem dos 1,2 mil milhões de dólares americanos por ano.

O Secretário de Estado Ágio Pereira afirmou “Timor-Leste só agora iniciou a exploração dos seus recursos, faltando extrair 100% das reservas em terra e 50% das reservas no mar.

Acreditamos que a Eni estabeleceu um excelente exemplo do que pode ser conseguido quando um operador funciona em concordância com o Governo por via de mecanismos abertos e transparentes propícios a resultados produtivos. O projecto irá beneficiar o operador e os donos dos recursos. Não aceitaremos níveis de exigência no trabalho menores. Os parceiros que trabalhem connosco terão de conduzir as suas actividades de forma digna e terão de respeitar o país onde se encontram e o povo para quem trabalham – o Povo Timorense.”

FIM

Para mais informações é favor contactar:


Ágio Pereira +670 723 0011

Correio electrónico:

agiopereira@cdm.gov.tl

ou

govtlmedia@gmail.com

Portal electrónico:
http://www.timor-leste.gov.tl/

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Caminhando com Kay Rala Xanana Gusmão

>> 20100522

As imagens são de Margarida Azevedo e estão a ser feitas ao longo de um percurso que se vai complementando calmamente, tão simples quanto cumprimentarmos quem connosco se cruza num qualquer caminho porque nada no caminho nos impede se ser quem somos. E é nesse percurso que claramente marca, indelével, o sonho acontece e as utopias são aqui possíveis. Queiram eles, queiramos nós.


Lospalos 19 Abril


Iliomar 21 Abril


Lautém 22 Abril


Laga 25 Abril


Quelicai 26 Abril


Maubisse 16 Maio


Hato-Builico 17 Maio


Hato-Builico 17 Maio


Ainaro 18 Maio


Ainaro 18 Maio


Same 20 Maio


Same 20 Maio


Same 20 Maio

VIVA TIMOR-LESTE
, Sempre!

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Algures nas montanhas de Timor-Leste...

"dotes"
foto DR / Umalulik


Nazário, Margarida, Dioneia, Benedicto,
Tino e André

foto de
Lamartinho



"Lamartinho"
foto de Rodolfo



foto de Antónia



"Antónia, um poço de ternura..."
foto de Comandante Mendes


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Uma memória Por Timor 1992, Max Pam

>> 20100521

Em 1992, por alturas de Março o Lusitânia Expresso estava em águas perto de Timor. Tendo sido bloqueado por navios indonésios e ameaçado por disparos caso continuassem viagem. O destino do Lusitânia Expresso seria aportar a Dili e serem depositadas flores no cemitério de Sta. Cruz. Isso não aconteceu. O Massacre de Sta. Cruz não era mesmo para ficar esquecido nos escaparates silenciosos da comunidade internacional e a Missão Lusitânia Expresso conseguiu visibilidade relevante e é um dos marcos do apoio exterior à causa de Timor. Agora numa volta simples a caixas de cartão, deparo-me com uma imagem que já não via faz longo tempo.

Dela quero falar. A imagem é do fotógrafo australiano Max Pam. Nesse ano de 1992 , em Novembro, este é um dos fotógrafos que fazia parte do programa de exposições, workshop's e conferências da 12ª edição dos Encontros de Fotografia de Coimbra, evento referência da "fotografia" em Portugal. A estória é simples. Aquando da preparação do evento, os diferentes trabalhos dos fotógrafos a expôr íam chegando ao secretariado dos Encontros, abriam-se e logo nos deliciávamo-nos todos com as "iguarias". Uma das imagens que este fotógrafo iria ter no seu trabalho, era esta. Quando a vi pela primeira vez arrepiei-me e a associação ao barco Lusitânia Expresso foi imediata. O barco que a criança tem nas mãos chama-se também Lusitânia mas a sua história em 1915 é realmente escabrosa.

Nos Encontros de Fotografia acontecia sempre um estado de ansiedade quando se abria o rolo de cartazes mandados imprimir para a divulgação do evento anual, estaria tudo bem? Quando o rolo foi aberto no chão da Galeria do Centro de Estudos de Fotografia foram segundos decorridos perante o que se observava. Havia erros numa área essencial: ausência de logotipos de patrocinadores (nem digo quais que é de estarrecer) e duas gralhas no lettering. Nesse ano optou-se por confiar a maquetização/feitura do cartaz a duas pessoas que afinal deram mal conta do recado... e menos de 3 minutos depois de se verificar o espalhanço toma-se a atitude. "Vamos fazer outro, isto é inacreditável", alguém disse. Estávamos a cerca de uma semana do início do evento.

É aqui que bate a fotografia de Max Pam e o Lusitânia Expresso. Quase todas as exposições desse ano estavam já emolduradas e encostadas por filas naquela Galeria, prontas para serem montadas nos diversos espaços expositivos da cidade.

O director do festival começa a mexer nas molduras e levanta dois exemplos possíveis, a vociferar com a questão. A minha cabeça está virada para a fila do Max Pam e levanto aquela imagem. Estávamos quatro pessoas e acho que a todos aconteceu a mesma coisa - é esta!

Esta mesma imagem acaba por ser o cartaz da 12ª edição dos Encontros de Fotografia de Coimbra. Um cartaz de um simplicidade inegualável. Nele constava apenas esta imagem e assinatura de Max Pam... não havia um único logotipo, não havia uma única referência a patrocínios, apoios e essas cenas que "sujam" a imagem mas que dão obviamente jeito para se fazerem coisas. Foi fantástico. Nunca gostei tanto de um cartaz, seja pela sua simbologia e pelos imponderáveis estava ali a decidir-se algo que também tinha a ver com Timor-Leste, mas também pela sua simplicidade.

A fotografia original, não mais que um 30x40cm a preto e branco é desmontada da moldura e levada em mão a Lisboa ao mesmo local de onde vieram os cartazes com erros. No dia seguinte os novos cartazes estavam de novo e bem, em Coimbra para serem colocados nos painéis de publicidade!

Com o embalo anímico da questão até a forma como o press-release foi feito acabou por ser curioso. O BLITZ numa sua edição, faz uma página inteira com a imagem e associa texto directo à questão de Timor-Leste e do Lusitânia Expresso.

Ando à procura dessa edição...

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20 de Maio de 2002 Timor-Leste torna-se o primeiro país independente do séc. XXI

>> 20100520











VIVA TIMOR LESTE!

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Luxemburgo - um modelo para Timor Leste?

Quais os idiomas que se aprende na escola luxemburguesa? Tradução do francês.



Escola fundamental

No Ciclo 1 (idades 3-5 anos), a ênfase é colocada na aprendizagem do luxemburguês, a linguagem de comunicação deste ciclo. Em seguida, os ciclos de 2-4 (crianças de 6 a 11), a alfabetização é ensinado em alemão, para a língua de instrução em todas as seções, exceto o francês. A aprendizagem do francês começa na quinta trimestre do Ciclo 2.


Ensino secundário geral (12 anos de idade; classes Ist a VII):

Até a quinta classe (3º ano do ensino secundário), o idioma é o alemão para todas as seções, exceto para o francês e a matemática. O inglês é ensinado desde o ensino (ensino moderno), respectivamente, V (educação clássica, seção em latim). A partir da classe de quarta (4º ano do ensino secundário), todas as seções são ensinadas em francês, exceto cursos de alemão e inglês, onde o idioma é usado. De classe III (5º ano do ensino secundário), os alunos podem acrescentar uma quarta língua estrangeira: italiano, espanhol ou português.


Ensino secundário técnico (12 anos de idade; classes 7 a 13):

Nas classes inferiores, o ensino da língua é o alemão. Há aulas especiais, onde a língua é o francês. O inglês é ensinado a partir de 8 de classe.

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Benfica subiu à montanha para homenagear Xanana

>> 20100517


O presidente do Sport Lisboa e Benfica, Luís Filipe Vieira, subiu hoje, domingo, a montanha onde o povo timorense resistiu heroicamente ao ocupante, para dar um abraço a Xanana Gusmão, "um adepto muito especial".

Em Maubisse, onde fazia uma reunião com a população para ouvir as preocupações locais e explicar o seu Plano Integrado de Desenvolvimento, o primeiro-ministro interrompeu e desceu da tribuna ao avistar Luís Filipe Vieira.

"Benfica, Benfica", clamou com a voz rouca ao microfone, arrancando uma salva de palmas aos muitos timorenses que estavam ali para o ouvir.

Xanana Gusmão apreciou o esforço da comitiva benfiquista em ir ao seu encontro e apresentou aos presentes Luís Filipe Vieira e Nuno Gomes. Depois passou o microfone ao presidente do Benfica.

"É uma emoção muito grande estar aqui ao pé deste Grande Homem e peço desculpa por interromper a vossa reunião, mas vindo a Timor tinha de estar perto de si", disse Luís Filipe Vieira.

O líder do clube "encarnado" falou ainda de uma histórica fotografia de Xanana com um símbolo do clube: "Recordo perfeitamente da célebre fotografia sua com o boné do Benfica, mas agora vai ficar com um boné do Benfica campeão. E porque é um campeão também trago-lhe o cachecol do Benfica campeão e já a camisola para a próxima época, com o nome de Xanana Gusmão".

Num gesto de simpatia e retribuição, o primeiro-ministro fez questão de autografar as cópias da "célebre fotografia com o boné do Benfica" que a comitiva trazia, prosseguindo com o discurso político à população.

Aos jornalistas, Xanana Gusmão disse que a vitória do Benfica no campeonato português de futebol lhe dá a esperança de os timorenses "também serem campeões em tudo o que fizerem".

Enquanto esperavam para ver o líder carismático timorense, as autoridades tradicionais de Maubisse ensaiavam as suas danças preparando a sua saída do recinto.

A representação benfiquista regressou a Díli, fazendo uma pausa na GNR, e, apesar do apertado programa, ainda conseguiu jogar uma partida de matraquilhos.

Luís Filipe Vieira e Nuno Gomes falaram da subida à montanha, mas sobretudo daquele encontro com Xanana Gusmão. "Tinha de ser eu a entregar-lhe aquele boné de campeão", comentou no final Luís Filipe Vieira.

Notícia e foto  Daqui


E ainda, :

Foto: "A Bola"


A BOLA homenageou Xanana e Ramos Horta
Por José Manuel Delgado, em Timor-Leste
Domingo foi dia de fazer justiça. De manhã, em Maubisse, Xanana Gusmão recebeu o emblema de ouro do nosso jornal. À noite, em Díli, foi Ramos Horta a merecer igual distinção.

Notícia completa
 

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1ª Conferência Nacional sobre Educação Inclusiva em Timor-Leste



O Ministério da Educação realizou, nos passados dias 11 e 12 de Abril, a primeira conferência sobre a educação inclusiva, no salão do Centro João Paulo II, em Comoro, Díli, sob o tema “Realizar Educação para Todos”.

A conferência teve como objectivo alargar as perspectivas e conhecimentos dos participantes sobre a educação inclusiva, para assegurar um conhecimento comum sobre a mesma, e também para desenvolver uma política sobre este tema, em Timor-Leste.

O Ministro da Educação, João Câncio, afirmou que a conferência foi importante para estabelecer o fundamento da educação inclusiva em Timor-Leste uma vez que o artigo 59 da Constituição prevê que todos os cidadãos têm o mesmo direito à educação e à cultura. Para implementar o referido artigo, o Parlamento Nacional aprovou, em 2008, a Lei de Base da Educação Nº 14/2008 que serve como um fundamento para a educação inclusiva no nosso país. A lei prevê que todas as crianças de idade escolar 6 (seis) anos até aos 37 (trinta e sete) anos, e as populações que têm vontade de estudar, devem ter o mesmo acesso à educação desde os níveis básicos até aos níveis mais superiores.

O Presidente da República, que também participou na conferência, referiu no seu discurso que a educação inclusiva é uma prioridade nacional, por isso deve ser discriminada também no Orçamento Geral do Estado. Mesmo nos países já desenvolvidos, a educaçao é sempre a primeira prioridade. Um bom exemplo é Singapura onde, sendo um país desenvolvido, a educação, desde os níveis elementares até aos níveis mais avançados, continua a ser uma prioridade.

 
Participaram na conferência os directores nacionais e regionais, inspectores de 13 distritos, chefes dos departamentos nacionais e distritais, representates dos professores, da igreja e das ONGs, nacionais e internacionais. O Ministro da Educação, João Câncio Freitas, o Comissário Nacional dos Direitos das Crianças, Sra. Adalgisa Ximenes, o Consultor da Educação, Dr. Sheldon Shaefer, a Directora do Centro El, peritos da educação inclusiva da Austrália, Vientiane Capital, Lao PDR, o Sr. Frances Gentle e a Sra.Kristiyanti, Helen Keller Internacional, Indonésia, foram os oradores.



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Ramos Horta recebeu Vieira, hoje é o encontro com Xanana

>> 20100516

Por José Manuel Delgado, em Timor

Luís Filipe Vieira e Nuno Gomes seguem com digressão em Timor-Leste. Depois dos encontros com o presidente Ramos Horta e com os soldados da GNR, em Dili, presidente e capitão do Benfica seguem em direcção às montanhas para se encontrarem com o primeiro-ministro Xanana Gusmão.
[Foto: Ramos Horta em Dili | 11 de Maio]
Bem-humorado, embora a exprimir-se num tom bastante baixo — as marcas do atentado que lhe ia custando a vida fazem-se ainda sentir —, o presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta, explicou com uma blague a razão para ter esperado por Luís Filipe Vieira no aeroporto: «foi o presidente do Sporting que me pediu», afirmou com um sorriso nos lábios. Mas a conversa, embora breve (será retomada hoje ao jantar), entre os dois homens, abordou outros temas, passando pelo atentado de há dois anos, prosseguindo com o papel das Nações Unidas e terminando com a esperança de que a visita de Luís Filipe Vieira a Timor possa desenvolver o desporto no país.
Ramos Horta teve estas palavras para o presidente do Benfica, mas não esqueceu Nuno Gomes: «a sua vinda vai inspirar muitas pessoas.» Antes, tinha-se mostrado surpreendido com o ar desenvolto de Luís Filipe Vieira, que se confessou emocionado por partilhar o palco com o Prémio Nobel da Paz. «Você está muito bem conservado, pela TV pensei que era mais velho», disse o presidente timorense. Sempre de salenda de tais (o cachecol maubere...) ao pescoço, Vieira e Nuno Gomes estiveram, ao longo do dia, ao nível da simpatia timorense. E às seis da manhã de domingo em Timor (dez da noite de sábado em Portugal) já estarão a alinhar em nova e difícil etapa...

Xanana na montanha

Xanana Gusmão, líder histórico da resistência, primeiro presidente da República de Timor-Leste e actual chefe do Governo, é o responsável da estadia de Luís Filipe Vieira e Nuno Gomes nos antípodas. Foi a um convite deste benfiquista de gema que o presidente encarnado não quis dizer não e é esta figurada história que vai levar a comitiva da Luz a fazer duzentos quilómetros numa estrada de montanha cheia de curvas e contracurvas [vide fotografia, em baixo`], a que os locais chamam de super-ming, em honra de uma massa muito em voga cheia de voltas.
De Díli a Maubisse a viagem é agreste mas o prémio é bom. Estar com Xanana e, acima de tudo, corresponder ao apelo feito pelo primeiro-ministro de Timor no sentido do Benfica ajudar o desenvolvimento do desporto local, é um desejo de Vieira que não esquece que, por exemplo, quando a australiana Kirsty Sword Gusmão, mulher de Xanana, esteve há menos de um ano em Lisboa, uma das missões que o marido lhe confiara — e que ela cumpriu a rigor — foi a de fazer os três filhos do casal sócios do Benfica." (Fonte: A Bola online )

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A verdadeira história dos cegos e o elefante

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A situação com respeito a línguas em Timor Leste é como o elefante nesta história.

Era uma vez seis cegos à beira de uma estrada. Um dia, lá do fundo de sua escuridão, eles ouviram um alvoroço e perguntaram o que era.
Era um elefante passando e a multidão tumultuada atrás dele Os cegos não sabiam o que era um elefante e quiseram conhecê-lo.

Então o guia parou o animal e os cegos começaram a examiná-lo:
Apalparam, apalparam...Terminado o exame, os cegos começaram a conversar:

— Puxa! Que animal esquisito! Parece uma coluna coberta de pêlos!

— Você está doido? Coluna que nada! Elefante é um enorme abano, isto sim!

— Qual abano, colega! Você parece cego! Elefante é uma espada que quase me feriu!

— Nada de espada e nem de abano, nem de coluna. Elefante é uma corda, eu até puxei.

— De jeito nenhum! Elefante é uma enorme serpente que se enrola.

— Mas quanta invencionice! Então eu não vi bem? Elefante é uma grande montanha que se mexe.

E lá ficaram os seis cegos, à beira da estrada, discutindo partes do elefante. O tom da discussão foi crescendo, até que começaram a brigar, com tanta eficiência quanto quem não enxerga pode brigar, cada um querendo convencer os outros que sua percepção era a correta. Bem, um não participou da briga, porque estava imaginando se podia registrar os direitos da descoberta e calculando quanto podia ganhar com aquilo.

A certa altura, um dos cegos levou uma pancada na cabeça, a lente dos seus óculos escuros se quebrou ferindo seu olho esquerdo e, por algum desses mistérios da vida, ele recuperou a visão daquele olho. E vendo, olhou, e olhando, viu o elefante, compreendendo imediatamente tudo.

Dirigiu-se então aos outros para explicar que estavam errados, ele estava vendo e sabia como era o elefante. Buscou as melhores palavras que pudessem descrever o que vira, mas eles não acreditaram, e acabaram unidos para debochar e rir dele.

Morais da história:

Em terra de cego, quem tem um olho anda vendo coisas.

Quando algo é tido como verdade, o que é diferente parece mentira.

Problemas comuns unem.

Se você for falar sobre um bicho para uma pessoa que nunca viu um, melhor fazer com que ela o veja primeiro.

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A «Peregrinação de Enmanuel Jhesus» ... a não perder

>> 20100515

fotografia DR / Umalulik

texto daqui: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=188&id_news=450577
sábado, 15 de Maio de 2010 | 09:30

Um romance passado em Timor sobre uma memória portuguesa

Após dois anos e meio de trabalho «intenso» como jornalista em Timor-Leste, Pedro Rosa Mendes imaginou meia dúzia personagens, colocou-as na história recente do país e escreveu um romance sobre uma «determinada memória portuguesa», que chega hoje às livrarias.

A «Peregrinação de Enmanuel Jhesus» pretende ser um olhar tão distanciado sobre o que se passou na antiga colónia portuguesa que o autor não incluiu nenhum português no grupo de narradores, onde se destacam um militar e um padre indonésios e um timorense funcionário da administração de Jacarta colaborador da resistência de Timor-Leste.

«Distância intelectual» foi o objetivo desta opção, disse o escritor à agência Lusa, reconhecendo que escreveu um «'livrito' sobre Portugal», com «alguma coisa a dever» aos filósofos e pensadores José Gil e Eduardo Lourenço ou a Luís Filipe Thomaz, um dos maiores especialistas na história timorense.

Diário Digital / Lusa

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Transparência e clareza | Isabel Feijó

Passo a citar:

"Caros amigos,

Chamo a vossa atenção para a carta de resposta ao artigo publicado no passado dia 3 de Maio na PNN, intitulado Timor-Leste: a língua portuguesa em dúvida.

Isabel Feijó"
Subject: carta ao director PNN
Exmo Senhor Director PNN,
Tomo a liberdade para chamar a vossa atenção para um texto em anexo que pretende esclarecer algumas inverdades e afirmações abusivas contidas no vosso artigo Timor-Leste: a língua portuguesa em dúvida, publicado no passado dia 3 de Maio. Se for possível agradeço que este esclarecimento seja divulgado da mesma forma que o artigo que lhe deu origem.

Esta mensagem segue com cópia para a Sra. D. Kirsty Sword Gusmão, uma vez que a sua pessoa é visada no vosso artigo e no meu texto de resposta e esclarecimento.

Sou cidadã portuguesa, intérprete de conferência. Fui responsável por um projecto de formação de tradutores e de intérpretes para as instituições da Justiça em Timor-Leste em 2004-2005 e membro de uma missão PNUD de avaliação da situação linguística e das necessidades de tradução e interpretação na Administração Pública de Timor-Leste, Outubro-Dezembro de 2008. Acompanho diariamente a situação em Timor-Leste através do vosso site, bem como de outras publicações online, diversos blogs e contactos pessoais.
Isabel Feijó
*****



Exmo. Senhor Director,

A Portuguese News Network (PNN) publicou no passado dia 3 de Maio, um artigo intitulado Timor-Leste: a língua portuguesa em dúvida onde se afirma que a manutenção do português como língua oficial de Timor-Leste tem vindo a ser questionada nos últimos meses. O artigo contém uma série de afirmações não fundamentadas, erros e imprecisões que podem criar nos leitores menos conhecedores da realidade leste-timorense a impressão de que existe um qualquer movimento recente contra a língua portuguesa.
Apresentam-se de seguida algumas correcções e esclarecimentos relativamente ao texto publicado:

1.

Dizer que a manutenção do português como língua oficial de Timor-Leste tem vindo a ser questionada “nos últimos meses” por “várias vozes” é incorrecto. Não houve, em meses recentes, declarações nesse sentido por figuras da sociedade timorense.
Houve, isso sim, declarações de algumas figuras públicas timorenses a favor de uma maior utilização da língua tétum, língua nacional e co-oficial de Timor-Leste. Foi o caso, nomeadamente, do CEMGFA Taur Matan Ruak, que se referiu especificamente à situação nos tribunais e do Ministro da Educação João Câncio, que falava na cerimónia de lançamento de um grupo de trabalho criado no âmbito da Comissão Nacional da Educação para a elaboração de uma política linguística para o sector do ensino
O Major-General Ruak fez eco de preocupações sobre a situação linguística no sector da justiça de Timor-Leste que são partilhadas por diversos especialistas e observadores. Essas preocupações relacionam-se com a necessidade de garantir um mais fácil acesso dos cidadãos às leis e à justiça através do recurso ao tétum e outras línguas nacionais e têm sido referidas ao longo dos anos em diversos relatórios sobre o sector. Ainda recentemente, tais preocupações foram reiteradas no relatório de uma comissão independente mandatada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para analisar o sector da justiça, presidida por um juiz luso-americano e que incluía uma juíza portuguesa e formadora no Centro de Estudos Judiciários.
O Ministro da Educação João Câncio, nas suas declarações públicas, reafirmou princípios que constam do documento orientador da política educativa de Timor-Leste em vigor desde Outubro de 2008 (Lei nº 14/2008 de 29 de Outubro, a Lei de Bases da Educação) onde se afirma que o português e o tétum são as línguas de ensino do sistema educativo (artigo 8º).
2.

Também não é correcto dizer que o o Representante Especial Adjunto do Secretário-Geral da ONU em Timor-Leste, Finn Reske-Nielsen, “questionou, de forma aberta, o uso da língua portuguesa em Timor-Leste” numa conferência internacional em Díli. O Sr. Reske-Nielsen, que falava em nome das agências, fundos e programas das Nações Unidas na conferência dos parceiros de desenvolvimento de Timor-Leste, afirmou que as questões linguísticas são essenciais para a construção de uma nação e a sua estabilidade a longo prazo e que esperava que as disposições constitucionais se traduzissem em breve numa política linguística a médio- e longo-prazo. Acrescentou que se tratava de uma questão importante que cabia unicamente aos Timorenses resolver, manifestando a disponibilidade das entidades que representa para operacionalizar e implementar qualquer política que fosse adoptada.

3.

Quanto à Sra. Kirsty Sword-Gusmão, é igualmente incorrecto afirmar que “tem usado como estratégia para a defesa do Tétum o ataque à língua lusa”, uma estratégia que o autor do artigo qualifica de “perigosa”.

Em primeiro lugar, porque o articulista lhe atribui pessoalmente uma “estratégia” que, a existir, seria partilhada pelos demais membros do Conselho Nacional da Educação (CNE), órgão consultivo do Ministro da Educação. Com efeito, a iniciativa atrás referida de criação de um grupo de trabalho para a definição de uma política linguística para o sistema de ensino é uma iniciativa da CNE, e o grupo de trabalho agora constituído inclui representantes do ministério, sociedade civil, instituições ligadas ao ensino, Igreja Católica, etc.
Depois, porque sugere a existência de uma “estratégia” quando, na verdade, o objectivo do grupo de trabalho é precisamente discutir e delinear uma estratégia que permita melhorar o desempenho escolar das crianças.
Em seguida, porque a atitude da Sra. Sword-Gusmão não é de “defesa” da língua tétum que, quer se queira quer não, é crescentemente utilizada na sociedade timorense desde que o país se tornou independente, mas de “promoção” da sua utilização correcta, nomeadamente recorrendo ao padrão ortográfico conhecido como tetun ofisiál que foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Linguística com o contributo fundamental do Prof. Geoffrey Hull.
E ainda, porque não são conhecidas afirmações públicas da Sra. Sword-Gusmão de “ataque à língua portuguesa”, nem o autor do artigo apresenta quaisquer citações que sustentem tal afirmação.
Finalmente, porque para quem conhece a língua tétum e a fala fluentemente, como é o caso da Sra. Sword-Gusmão, não faz qualquer sentido defender o tétum atacando o português.
Com efeito, Timor representa um caso único no contexto dos territórios colonizados por Portugal. Ao contrário das restantes colónias, onde nenhuma língua indígena conseguiu disseminar-se por todo o território, as características específicas da colonização em Timor fizeram com que fosse uma língua local, e não uma variedade de português, a transformar-se numa quase língua franca.
Essa quase língua franca foi o tétum-praça, variedade do tétum que nasceu do contacto entre as formas pré-existentes de tétum e a língua portuguesa, da qual assimilou um vocabulário muito significativo bem como formas e estruturas gramaticais. O actualmente designado “tétum oficial”, cuja ortografia e gramática foram fixadas pelo INL, inspira-se numa variante (acrolectal) do tétum-praça, enriquecida com sons, formas gramaticais e vocabulário das formas indígenas do tétum e do português, a que recorre para novos vocábulos e formas. Ao fazê-lo, o INL mantém-se fiel à génese e natureza do tétum-praça, consciente de que a associação renovada de ambas as línguas será positiva e frutífera, tanto no que se refere ao seu desenvolvimento como à sua aprendizagem.
Em Timor-Leste é pois pertinente falar de um “binómio tétum-português”, reflexo da cultura híbrida leste-timorense, onde se misturam elementos indígenas e latinos numa síntese que é elemento essencial da identidade de Timor-Leste. Assim sendo, a língua tétum, na sua variante praça ou oficial pode, com propriedade, ser considerada também “património da lusofonia”, pelo que não faz sentido dizer de alguém que a conhece e fala fluentemente que “para a defesa do Tétum [promove] o ataque à língua lusa”.

4.

Tendo em conta o que atrás ficou dito, torna-se difícil sustentar a existência, por parte das figuras nomeadas no artigo e, em particular, da Sra. Sword-Gusmão, de um plano de “abolição da língua portuguesa e de defesa do inglês e do bahasa indonésio”. Um plano que, como defende o articulista, “sob o véu de uma estratégia para a educação” configuraria um “ataque” ao português destinado a conseguir seu “afastamento” do tétum, resultando na “vulnerabilidade” deste e podendo mesmo “abrir as portas à implosão de todo o esforço de preservação da herança cultural e histórica”.
É inegável que o grupo de trabalho atrás referido tem pela frente uma tarefa complexa e terá de lidar com uma questão delicada, o recurso às línguas maternas na fase inicial do processo de escolarização. No entanto, e ao contrário do que afirma o autor do artigo, a diversidade linguística de Timor-Leste é considerada uma parte essencial da “herança cultural e histórica” do país e não um fenómeno que “subsiste” ou que se pode “agravar ainda mais”.

A concluir

Do que acima ficou escrito pode-se concluir que as “várias vozes” que recentemente se manifestaram sobre questões linguísticas em Timor-Leste o fizeram sobre problemas muito reais e sérios que afectam a sociedade leste-timorense (no sector da justiça, no sistema de ensino), e que preocupam não apenas os responsáveis do país mas também a comunidade internacional.
Em momento algum, porém, qualquer das figuras públicas mencionadas no artigo da PNN se referiu ou pôs em causa a opção constitucional de Timor-Leste por duas línguas oficiais – o português e o tétum.
Dito isto, a questão do português em Timor-Leste, seja qual for o modo como for apresentada – reintrodução, consolidação, manutenção – é suficientemente importante para merecer um tratamento ponderado e rigoroso. Nesse sentido, sugere-se à PNN, enquanto agência noticiosa independente, generalista, e de difusão global em língua portuguesa, a realização de um trabalho de investigação jornalística sério e imparcial acerca da situação das línguas em Timor-Leste.

_______________
 Em falta: Notas de Rodapé

Isabel Feijó

Cidadã portuguesa, intérprete de conferência, responsável por um projecto de formação de tradutores e de intérpretes para as instituições da Justiça em Timor-Leste em 2004-2005, membro de uma missão PNUD de avaliação da situação linguística e das necessidades de tradução e interpretação na Administração Pública de Timor-Leste, Outubro-Dezembro de 2008.

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Ironias. A mim irrita-me o som. Gosto da versatilidade do animal mas acho que devia estar em outro lugar.

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(*) Em Liquidoe (13 de Maio), a chuva parou depois de algumas palavras de Xanana Gusmão.

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>> 20100512



REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
ALOCUÇÃO DE
SUA EXCELÊNCIA O PRIMEIRO-MINISTRO
KAY RALA XANANA GUSMÃO
POR OCASIÃO DO SEMINÁRIO SOBRE GESTÃO DO
FUNDO PETROLÍFERO

Centro de Convenções de Díli, Mercado Lama, Díli
10 de Maio de 2010



Ilustres Membros do Parlamento Nacional

Ilustres Membros do Governo

Exmo. Sr. Martin Skancke, Director de Gestão de Activos, Departamento de Finanças da Noruega,

Exmo. Sr. Peter Ryan-Kane, Director da Assessoria de Carteiras de Investimento, Towers

Watson, Hong Kong,

Exmo. Sr. Tim Mitchell, Director-Geral de Estratégia Corporativa do Fundo de Pensões da

Nova Zelândia,

Exmo. Sr. Kevin Bailey, Cônsul-Geral Honorário de Timor-Leste em Melbourne,

Exmo. Sr. Alex Joia, Especialista Sénior em Gestão de Activos do Banco de Compensações Internacionais, Membros de Organizações Não Governamentais,


Senhoras e Senhores,

Antes de mais, gostaria de agradecer ao Grupo Lahame pela sua excelente actuação cultural.

Esta actuação serviu para nos lembrar a todos que a riqueza da nossa nação não se encontra somente nos investimentos do nosso Fundo Petrolífero, encontra-se também no nosso Povo e na nossa cultura.

Senhoras e senhores é com grande prazer que estou aqui hoje, no nosso novo centro de convenções, a abrir este Seminário dedicado a uma questão tão importante para o futuro da nossa nação – a gestão do Fundo Petrolífero.

As receitas do Fundo Petrolífero têm sustentado o progresso social e económico de Timor-Leste. O Fundo Petrolífero é a principal fonte de receitas do nosso Orçamento de Estado, providenciando fundos que são investidos no desenvolvimento do nosso país.

Caso seja gerido de forma adequada e transparente, o Fundo continuará a desempenhar um papel vital no futuro da nossa nação.

Permitir-nos-á, enquanto nação soberana, utilizarmos os nossos próprios recursos para melhorarmos as nossas infra-estruturas, investirmos na saúde e na educação e desenvolvermos a nossa economia, de modo a podermos construir o nosso país e garantir um futuro melhor para os nossos filhos.


Senhoras e Senhores,

Tal como sabeis, tenho vindo a viajar através do nosso país, falando directamente com muitos milhares de pessoas, com vista a discutir o nosso Plano Estratégico de Desenvolvimento.

Quando esta Consulta Nacional terminar, terei falado com timorenses de cada sub-distrito do nosso país; desde o enclave de Oecussi até Lospalos no leste, desde a costa norte até às belas montanhas da costa sul.

Durante esta jornada tenho falado com o Povo a respeito dos seus sonhos e aspirações para o país.

Como é óbvio, isto inclui a discussão da gestão e gasto dos nossos fundos provenientes do petróleo.

Porém, e tal como acabei de referir, não nos podemos esquecer que a verdadeira riqueza da nossa nação não está no dinheiro que temos num fundo de investimento.

A verdadeira riqueza do nosso país está sim na dignidade, na determinação e na força do nosso Povo.

E é o nosso Povo que, trabalhando em conjunto, irá garantir o futuro da nossa nação.


Senhoras e Senhores,

Nesta missão de desenvolver a nossa nação, podemos dizer que somos afortunados.

Somos afortunados visto que dispomos de importantes recursos ao nível do petróleo e do gás. Todavia, precisamos assegurar que as receitas provenientes destes recursos são bem investidas e bem geridas.

Até aqui temos adoptado uma estratégia de investimento simples e prudente para o Fundo Petrolífero que nos tem servido bem.

O saldo do Fundo Petrolífero é actualmente de 5,9 mil milhões de dólares americanos.

Para dar uma ideia da importância que o Fundo Petrolífero representa para Timor-Leste, diga-se que o saldo deste Fundo é dez vezes superior ao nosso Produto Interno Bruto não petrolífero.


Senhoras e senhores,

Quando o Fundo foi estabelecido em 2005, decidimos seguir esta abordagem conservadora para evitar a exposição a situações de risco e de volatilidade. Esta decisão foi baseada na

capacidade institucional limitada na altura e também as prioridades existentes, o que consideramos ter sido uma abordagem fiscal bastante apropriada.

Isto permitiu-nos desenvolver gradualmente a nossa estratégia de gestão e investimento, ao mesmo tempo que aumentámos a nossa capacidade institucional.

Assim sendo, durante a maior parte deste período o Fundo foi investido apenas em títulos do Governo dos EUA.

Embora o fundo petrolífero tenha dado resposta às nossas necessidades imediatas, os retornos podem e devem ser maximizados com uma estratégia de diversificação de acordo com a melhor prática global aplicável às nossas condições em 2010.

De presente a nossa lei obriga a que 90% sejam investidos em títulos do Tesouro dos EUA, com os restantes 10% a poderem ser investidos noutras áreas de investimento.

Apraz-me anunciar que o Governo já deu início a uma estratégia prudente de diversificação segundo as leis actuais.

Aproximadamente cinco por cento estão actualmente a ser geridos pelo Banco de Compensações Internacionais, com o destino dos restantes cinco por cento prestes a ser

finalizado. Isto significa que fizemos tudo ao nosso alcance sob a lei para maximizar os retornos.

Encaramos isto como um passo positivo na boa gestão da riqueza da nação e como um marco que assinala que estamos a entrar numa nova fase do nosso desenvolvimento.

É chegada a altura!

É chegada a altura para rever, analisar, procurar os melhores pareceres disponíveis e fazer uma reavaliação enquanto nação sobre como podemos seguir em frente.

Demonstrámos a nossa capacidade para gerir a economia, aumentar a despesa por meio de orçamentos mais robustos e navegar as condições financeiras globais.

Em 2008 e 2009 gerimos com sucesso a economia timorense durante a Crise Financeira Global (CFG) – conseguindo taxas de crescimento entre as mais altas de todo o mundo.

Enquanto outros países em vias de desenvolvimento sofreram com as condições globais, Timor-Leste conseguiu expandir a economia.

Deste modo é agora importante reconhecermos que devemos dar igual atenção à expansão da estratégia de investimento do nosso Fundo Petrolífero para obter os melhores resultados possíveis a longo prazo e para dar resposta às necessidades crescentes da nossa economia emergente.


Senhoras e Senhores,

A finalidade deste Seminário é iniciar um diálogo nacional sobre a melhor forma de gerir a riqueza partilhada da nossa nação. Esta riqueza pertence ao Povo, e é o Povo que deve determinar a nossa abordagem à sua gestão.

Isto irá requerer um processo de discussão e educação, para que possamos avançar com a tomada de decisões importantes sobre como investir a nossa riqueza.

Todos devem ser parte deste processo – o Parlamento Nacional, os membros do Governo, os chefes dos nossos órgãos de soberania, a sociedade civil, os estudantes, os meios de comunicação social e todo o Povo timorense.

Este seminário faz parte deste processo. Servirá para aumentar o entendimento sobre os mercados financeiros internacionais e sobre estratégias de investimento.

Juntámos peritos internacionais com muita experiência e muito profissionalismo para nos apresentarem uma gama de questões relativamente à gestão do nosso Fundo.

Iremos garantir que Timor-Leste possui os conhecimentos e os pareceres necessários para investir com sucesso nos mercados financeiros mundiais e daí retirar o máximo de benefícios.

O dia de hoje constitui uma parte importante dessa jornada.

É nossa responsabilidade tomar decisões a respeito do nosso futuro.

Precisamos decidir quais são os nossos objectivos de investimento e de seguida precisamos chegar a acordo relativamente a uma estratégia de investimento para alcançar estes mesmos objectivos.

Precisamos garantir que a nossa estratégia de investimento é sustentável; não só durante períodos positivos em que obtenhamos um bom retorno, mas também em períodos de dificuldade para mercados financeiros internacionais.


Senhoras e Senhores,

Até aqui a nossa estratégia de investimento tem-nos servido bem.

Todavia uma estratégia de investimento que tenha tido sucesso no passado não terá necessariamente o mesmo sucesso no futuro.

Tal como vimos recentemente, o mercado financeiro internacional sofre alterações, pelo que precisamos rever a nossa estratégia de modo a levar estas alterações em conta.

De facto, logo de início a nossa Lei do Fundo Petrolífero previu que seriam necessárias alterações à estratégia de investimento no futuro.

A Lei, aprovada em 2005, prevê uma revisão à estratégia de investimento após 5 anos, tendo em atenção a dimensão do Fundo Petrolífero e o nível de capacidade institucional.

Este processo de revisão já teve início. No ano passado o Ministério das Finanças contratou uma empresa de consultoria sobre investimentos globais altamente qualificada, a Towers Watson, com o intuito de prestar pareceres, estudos e análises.

Alguns de vós estiveram presentes no seminário de 6 de Março destinado a Membros do Parlamento e à Sociedade Civil, onde foi discutido este trabalho. O Sr. Peter Ryan-Kane da Towers Watson está igualmente presente neste seminário.


Senhoras e Senhores,

As decisões sobre investimentos do Fundo Petrolífero são importantes e terão impacto no quanto podemos gastar para desenvolver a nossa nação.

É por isto que estamos a olhar com muita atenção para estas questões e que estamos a procurar um diálogo abrangente.

Através deste processo esperamos ser capazes de aumentar os nossos retornos totais durante o longo horizonte de investimento de que desfrutamos.


Senhoras e Senhores,

Falei a respeito da necessidade de investir o nosso Fundo Petrolífero para satisfazer as necessidades do nosso Povo. O nosso Povo precisa viver em habitações dignas, com electricidade e água. As nossas crianças precisam de escolas e os nossos doentes precisam de clínicas de saúde. O desenvolvimento económico da nossa nação requer também a construção de infra-estruturas produtivas e de infra-estruturas básicas.

Não podemos estar dependentes dos nossos recursos petrolíferos. Precisamos desenvolver a nossa economia e a nossa nação, para assim podermos assegurar um futuro sustentável para o nosso Povo.

Contudo este seminário não pretende discutir o gasto do Fundo Petrolífero. Pretende sim discutir a gestão, os objectivos de investimento e as estratégias de investimento do Fundo.

Apelo a todos vós para que participeis neste seminário com um espírito aberto e para que deixeis a vossa contribuição no nosso diálogo nacional relativo à forma como devemos investir a riqueza proveniente dos nossos recursos petrolíferos.


Senhoras e Senhores,

Gostaria de agradecer à Noruega pela provisão de pareceres e assistência a respeito do desenvolvimento do nosso sector petrolífero desde há vários anos, bem como por coorganizar e patrocinar este importante seminário.

Gostaria igualmente de agradecer aos nossos ilustres convidados e peritos internacionais que irão falar neste evento.

Este seminário é um passo importante para o nosso diálogo nacional sobre o modo como decidir a gestão do nosso Fundo Petrolífero.

Trabalhemos todos em conjunto para o benefício a longo prazo do nosso País.

Muito obrigado.

Kay Rala Xanana Gusmão
10 de Maio de 2010
 

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