Efeito wikileaks | "Massacre de Balibó escondido por Camberra e Jacarta"

>> 20101227

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Londres - Documentos diplomáticos trocados entre o governo australiano e a Indonésia divulgados pelo WikiLeaks confirmam que ambos os governos tentaram gerir a crise despoletada pelo massacre de Balibó, quando o exército indonésio executou cinco jornalistas estrangeiros que se encontravam a cobrir a invasão indonésia a Timor-Leste.
Os cinco jornalistas, de nacionalidades australiana, britânica e neozelandesa, mortos em Balibó a 16 de Outubro de 1975 (Gregory Shackleton, Anthony Stewart, Gary Cunnigham, Malcolm Rennie e Brian Peters) conhecidos como os cinco de Balibó, «foram mortos deliberadamente pelas forças especiais indonésias e não no campo de batalha» – como quiseram fazer crer as autoridades indonésias com a ajuda dos australianos.

A versão oficial do incidente falava em morte por fogo cruzado entre as forças indonésias e as forças timorenses da Fretilin. Mas, em 2007, um relatório de Dorelle Pinch, médica legista de Novas Gales do Sul, veio contrariar essa versão e reforçar testemunhos anteriores, como a do timorense Olandino Guterres, que assistiu às execuções.

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Um telegrama datado de 21 de Novembro de 2007, citado pela imprensa australiana, refere que o chefe da secção política da embaixada australiana em Jacarta, Justin Lee, terá dito aos funcionários norte-americanos que «analisou o relatório [de Dorelle Pinch] com o governo de Jacarta». «Ele [Lee] sublinhou aos interlocutores indonésios que a Austrália queria trabalhar o caso cuidadosamente com o governo da indonésia. [Jacarta] respondeu que também queria ajudar a gerir o problema, embora tenha rejeitado categoricamente a alegação de que as forças de segurança indonésias tenham cometido violações de direitos humanos ou crime de guerra», segundo os telegramas citados pela imprensa australiana.

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Os telegramas diplomáticos da embaixada dos EUA em Jacarta agora tornados públicos revelam ainda que Camberra declarou Yunus Yosfiah - o capitão das forças especiais indonésias durante a invasão de 1975 do Timor-Leste que terá ordenado a execução - «pessoa non grata na Austrália», apesar de o executivo australiano "nunca ter apresentado qualquer acção formal contra Yosfiah pelos homicídios".

O correio diplomático revela que esta sanção foi aplicada discretamente ao capitão das forças especiais indonésias numa altura em que Camberra já trabalhava nos bastidores com Jacarta para ajudar o executivo indonésio a gerir as consequências do escândalo.

De acordo com os telegramas, depois de o porta-voz do chefe da diplomacia indonésia, Teuku Faizasyah, ter visto o relatório afirmou: «Na nossa opinião, este caso está encerrado e deve permanecer encerrado». Camberra nunca comentou publicamente o estatuto de Yosfiah, mas por altura da divulgação relatório médico que veio contrariar a versão oficial, o actual ministro dos negócios estrangeiros da Austrália, Kevin Rudd, exigiu que fossem tomadas acções contra os militares indonésios envolvidos nas mortes, segundo a imprensa australiana.

(c) PNN Portuguese News Network 
2010-12-27 19:59:04

4 comentários:

Victor Alegria,  segunda-feira, 27 de dezembro de 2010 às 23:42:00 WET  

Como é possível uma tragédia destas ser oculta por um acordo sinistro entre uma democracia e uma ditadura? Quem denuncia devia ser premiado e não perseguido...

Anónimo,  segunda-feira, 3 de janeiro de 2011 às 17:25:00 WET  

Esta é verdadeiramente um caos para a democracia e a liberade de pressão. Como é qu um páis dito deocrático faz uma coisa muito vergonhosa desta maneira.

Anónimo,  quinta-feira, 13 de janeiro de 2011 às 07:25:00 WET  

... but then... so what?! Timorese love Indonesia, Indonesians and everything and anything that comes from it! It's Timor-Leste 's development reference. Nothing better than Indonesia (food, language, Martial Arts, cigarettes, soap operas, television, violence, newspapers, music,... )

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