Curiosidades | Notas de Timor

>> 20111229

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A nossa querida amiga festeja o seu aniversário.

>> 20111224

Consigo, no coração :) Tudo de bom, querida Natália!

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E para Timor-Leste ...

>> 20111223

TUDO!
Votos de boas festas, felicidade, paz, amor, encanto, prosperidade, ... e muitas saudades.
Bjos e/ou abraços meus,
Margarida : )

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Não percebi.

>> 20111217


 
15 de Dezembro de 2011, 09:09
 
De acordo com a Agência Noticiosa do Irão, o Presidente e prêmio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, expressou esperança no direiro ao acesso à energia nuclear para fins pacificos e obter os resultados desejáveis em negociação.  
O Presidente Ramos-Horta fez as declaraçoes durante a cerimonia de credenciais do novo Embaixador do Irão para Indonésia (que é igualmente acreditado para Timor-Leste), Mahmoud Farazandeh, ontem à tarde, terça-feira, dia 13, onde falou também na abolição dos arsenais nucleares, químico e biológico.
Sobre a paz no Médio Oriente, o presidente Ramos-Horta também expressou a esperança na implementação da democracia, paz e estabilidade na região."
 Quanto a mim ...


E o vermelhusco não deveria estar asorrir.

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Recordar | Encontro de Baucau de Arte e Cidadania

>> 20111215



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Para já, deixo este link.

>> 20111214

 



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IV FÓRUM SOBRE DEMOCRACIA EM BALI - Discurso de Xanana Gusmão

>> 20111209


Foto: NAGI/EPA


REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO

ALOCUÇÃO DE SUA EXCELÊNCIA O PRIMEIRO-MINISTRO DA
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
KAY RALA XANANA GUSMÃO
POR OCASIÃO DO IV FÓRUM SOBRE DEMOCRACIA EM BALI

“Elevar a Participação Democrática num Mundo em Mudança: Respondendo às vozes democráticas”

NUSA DUA, BALI
8 de Dezembro de 2011



Sua Excelência, Presidente da República da Indonésia, Dr. Susilo Bambang Yudhoyono
Sua Excelência, Co-Chair, Primeiro-Ministro da República do Bangladesh, Sheikh Hasina Wajed
Sua Excelência, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da República da Indonésia
Suas Excelências Chefes das Delegações
Distintos Participantes
Senhoras e Senhores


Não posso deixar, mais uma vez, de felicitar Vossa Excelência, Senhor Presidente, pela persistência e devoção nesta nobre causa. E todos quantos, durante estes quatro anos consecutivos, temos vindo regularmente a assistir a uma participação cada vez mais intensa e inclusiva, só temos que congratular o Instituto pela Paz e Democracia, a agência implementadora do Bali Democracy Forum.

É para mim uma grande honra estar novamente, lado a lado, com o meu caro amigo e Presidente da Indonésia, Dr. Susilo Bambang Yudhoyono, e poder contribuir para um futuro de democracia, liberdade e dignidade na nossa região.

A Indonésia é a terceira maior democracia do mundo e tem vindo, com visão e pragmatismo, a fazer da sua economia emergente uma referência a nível mundial. Enquanto vizinho próximo de Timor-Leste, senti-mo-nos inspirados pela forma como a Indonésia tem vindo a crescer e a promover a democracia.

A história de Timor-Leste e da Indonésia está intrinsicamente ligada. A vitória da democracia, a vitória das vozes democráticas dos nossos povos, imprimiu um marco de mudança ao sudeste asiático.

Foi em 1999 que as vozes democráticas começaram finalmente a ser ouvidas. O povo indonésio e o povo timorense iniciaram um novo capítulo – quando votaram pela democracia, votaram pelo respeito dos direitos humanos, votaram pela liberdade e votaram pelo desenvolvimento social e económico.

E, hoje em dia, os sinais dos tempos só inspiram confiança nas iniciativas de grande dimensão como estas, Senhor Presidente, e como eu disse no III BDF, encontros como este estimulam a reflexão e incitam o diálogo... motivando mudanças.

O ano 2011 vai ficar marcado na história, escrito em várias línguas e de diferentes maneiras, com diferentes substâncias.


Senhoras e Senhores

Todos os dias, reparamos em multidões de pessoas que se agitam com um entusiasmo febril e incontrolável de que o mundo está em mudança, mas também todos os dias vemos outras multidões expressarem-se com desespero num mundo que está a enfrentar grandes desafios. E senti-mo-nos asfixiados neste desequilibrio de emoções e sentimentos, humanamente expressos e profundamente sentidos. Há algo errado nisto tudo.

Vemos vitórias alcançadas a partir da força das armas, vemos o desespero da fome, vemos ainda violência depois das eleições, vemos ameaças caladas nas urnas, vemos medo no rosto das pessoas pela presença das forças estrangeiras, vemos repressão sobre manifestantes pacíficos por parte da polícia nos países democráticos, vemos líderes do mundo impotentes na solução dos problemas económicos e ambientais, vemos líderes de países menos desenvolvidos detendo absoluto poder, vemos intransigência de posições que
não dignificam ninguém.

E ninguém se sente satisfeito com este desequilibrio de valores. E há algo errado nisto tudo.

Afinal o mundo não está em mudança. O mundo está saturado de problemas que os líderes mundiais sempre se esquivaram de resolver. E são os Povos que estão a tentar mudar o mundo. E os líderes não estão a responder a estas exigências.

Os líderes mundiais pensam que representam o pensamento dos seus povos e proclamam os chamados ‘interesses nacionais’ como se fossem interesses nacionais dos seus povos. Assim também, os líderes de muitos países pensam que os interesses deles são os interesses dos povos que eles governam, para não dizer que eles oprimem.

Os problemas do mundo afinal são sistémicos. A grande maioria da humanidade continua atrasada, analfabeta, descalça, sem conhecer os seus direitos, sem lar, vivendo na miséria.

Introduzem-se padrões e critérios universais e direitos humanos, como um fim em si, como quem vende produtos baratos do mundo civilizado, e quem não compra é estigmatizado como não fazendo parte do grupo de crianças bem comportadas, segundo os indicadores que foram feitos por experts, vivendo em aranha-céus e trabalhando para CEOs.

Proclamam-se as eleições como um fim em si mesmas, para depois vermos um modelo italiano de governo não eleito, de tecnocratas, e um outro governo talhado com fato grego, que ferem todas as sensibilidades padronizantes, inconcebíveis num país em desenvolvimento, que arrepiariam os cabelos dos direitos humanos desde Bruxelas a Genebra, desde as capitais da democracia ao Conselho da Segurança, em Nova Iorque.

Estamos a assitir a uma orquestra onde todos tocam sem maestro, porque ninguém está capaz de dirigir. E o problema nem é político nem é apenas económico nem financeiro nem social. O problema é do sistema. Há algo errado nisto tudo. E ninguém quer assumir as culpas.

Estamos numa conjuntura mundial em que é muito mais fácil fazermos pequenos remendos do que apontarmos soluções a longo prazo. É muito mais fácil exigir-se a outros, aos mais fracos e aos mais pobres, do que a si mesmos.

E o resultado é que a acumulação de contradições, a acumulação de problemas avoluma-se de tal forma que os tornam insolúveis, afectando todos os demais. Em cada Cimeira... dos Grandes, a constante é sempre: ‘too little’ para, no fim, chegar-se à conclusão que todos já sabiam: ‘too late’. E isto tudo faz exasperar as pessoas!

E os discursos trazem a mesma tonalidade da dúvida, da desconfiança, da rivalidade, numa mistura do aspecto político ao financeiro, do económico ao ideológico, dos direitos humanos à supremacia, do comércio à segurança, da inteligência à defesa, numa busca desesperada de justificações para impôr sobre outros.

A mentalidade da Guerra Fria vai continuar a ser o grande obstáculo deste Milénio.


Senhoras e Senhores

Mas falemos de nós mesmos, porque necessitamos de cuidar de nós mesmos.
Permitam-me elaborar um bocado sobre a interacção do conceito ‘participação democrática’.

Vou colocar em dois níveis, como está e bem elaborado pelo Instituto pela Paz e Democracia.

Um dos problemas fundamentais dos países em desenvolvimento é o processo de construção do Estado. É, assim, crucial o estabelecimento de um sistema constitucional multipartidário, com mecanismos bem definidos de ‘checks and balances’, com programas não apressados mas a médio e longo prazo, claros e com certeza de implementação, quanto à preparação de recursos humanos e todas as condições que permitam o bom desempenho das suas actividades.

Só uma gradual mas eficiente implementação de um plano bem delineado, pode inspirar confiança na sociedade e dar credibilidade à governação.

O Estado tem que legislar sobre a transparência dos seus actos e responsabilização sobre as contas públicas, com acesso a todos. Só assim os cidadãos podem ter confiança no futuro da Nação.

A tecnologia providencia este instrumento ao Estado para ajudar a sociedade a acompanhar, em qualquer hora, os actos do governo, com portais para a transparência, para o aprovisionamento, para as receitas, para a execução do orçamento do Estado, para a implementação dos projectos.

Só assim se pode assegurar uma boa governação.
Por outro lado, há a necessidade de balançar as exigências da sociedade e as respostas do Estado.

Existe o que se diz o desafio entre a liderança e os planos de acção e o desafio entre a compreensão do todo das necessidades do país e as exigências das partes, para que haja uma aceitação consensual dos programas anuais, segundo as prioridades nacionais e sectoriais.

A sociedade civil tem que ter uma compreensão global dos problemas do país e do esforço do Estado, para poder ter uma interpretação crítica construtiva dos actos dos governantes e desempenhar cabalmente o papel de mediação, ao invés dum papel de perturbador, distorcendo a democracia.

O desafio que se coloca é a mudança de mentalidade nas nossas sociedades, que gostam de copiar modelos de países altamente industrializados e ditos modelos de democracia.

Na mudança de mentalidade, nas nossas sociedades, o importante é esclarecer que, lado a lado, com os direitos, existem deveres. A cidadania é uma moeda de duas faces, a do direito e a do dever. Nas jovens democracias, a tendência, é a absorção do direito pelo direito, esquecendo-se de que existe também o dever de fazer algo de positivo para o país, sem exigir benefícios extras ao Estado.

Seria esta, a meu ver, a substância da participação democrática, tanto da parte do Estado como da parte da Sociedade:

- Responsabilidades colectivas perante a Nação, em compromissos e deveres;
- Reconciliação Nacional, na busca da verdade, da tolerância e da paz;
- Uma sociedade crítica, sob um ideal construtivo, na busca colectiva de soluções, pela defesa da identidade nacional;
- Salvaguarda dos interesses nacionais, sem chauvinismos aberrantes nem alienações traiçoeiras.


Nas jovens democracias, pessoas na sociedade têm a tendência de se considerarem ‘independentes’, isto é, actuando ‘fora do Estado’, no sentido de que são mais activistas do que cidadãos ou, melhor dito, são mais cidadãos das organizações internacionais que lhes pagam, e bem, defendendo-as, do que o próprio país.

Mas também acontece o reverso, onde o falso nacionalismo alimenta um sentimento de aversão descontrolada ao estrangeiro, por tudo e por nada, só para encobrir a falta de perspectiva nacional de um desenvolvimento social e económico do país. E sobretudo... de um desenvolvimento político.


Senhoras e Senhores

São estas as lições que estamos a retirar também dos LDCs, acrónimo para os 50 Least Developed Countries, dos quais constituimos o grupo ‘g7+’, representando mais de 350 milhões de pessoas vivendo em condições de fragilidade política, social e económica.

O verdadeiro desafio está nas nossas mãos, em cada um dos nossos países, em cada uma das nossas sociedades, em cada um dos nossos povos. Mas, sobretudo, na liderança ou nas lideranças dos países... que podem tornar forte ou enfraquecer os países.

Porque temos que ser nós mesmos os agentes dos nossos processos. Qualquer processo só é genuíno e com maiores garantias de produzir resultados positivos, a médio e longo prazo, quando é promovido por factores essencialmente internos. Sempre que um processo é comandado de fora sofre invariavelmente convulsões e distorções incontroláveis, causando muito mais perdas do que ganhos.

No mundo, existem 1.5 mil milhões de pessoas vivendo em Estados frágeis e afectados por conflitos e mais de 70% destes Estados frágeis têm vivido em conflito desde 1989.

30% da Assistência Internacional (ODA) está orientada aos Estados frágeis. E estes Estados estão muito longe de conseguir os MDGs em 2015.


Por isso, Senhor Presidente,

Enquanto a Indonésia lidera com coragem e convicção o conceito da relação entre ‘democracia e desenvolvimento’, Timor-Leste está a liderar o conceito da relação entre a ‘construção da paz’ e ‘construção do Estado’.

Como tinha anunciado aqui, sendo Timor-Leste co-chair, o I Diálogo Internacional sobre a ‘Construção da Paz e a Construção do Estado’ teve lugar em Dili, em 2010, e o II, em Monróvia, na Libéria, em 2011.

A par deste Diálogo Internacional, o fórum do ‘g7+’ é também um espaço de partilha de experiências dos Estados frágeis (um termo de que alguns não gostam), um espaço de diálogo que tem permitido que este grupo seja ouvido, a uma só voz, pela Comunidade internacional, na tentativa conjunta de construir os Estados, construir as Democracias e construir a Paz.

A liderança e a institucionalização do ‘g7+’, enquanto fórum permanente, é um processo do qual Timor-Leste se orgulha. Enquanto pequena e jovem Nação, poder participar na consolidação deste grupo e dar voz a Estados que, de forma individual, não seriam ouvidos, é dar expressão à democracia.

Inicialmente éramos um grupo de 7 países que, ao debater as questões relacionadas com o Bom Envolvimento Internacional em Situações e Estados Frágeis, descobrimos que apesar de provenientes de diferentes contextos, diferentes continentes, diferentes línguas e culturas, tínhamos os mesmos tipos de desafios.

Somos, neste momento, 19 países, com a entrada recente da Guiné Equatorial e do Togo, a dialogar entre nós e a dialogar com os parceiros de desenvolvimento, com vista a melhorar os princípios para o bom envolvimento internacional nas suas ajudas externas.

Recentemente, tive a oportunidade de visitar Juba, por ocasião do Retiro Interministerial do ‘g7+’. Quando lá chegámos, estavam os sudaneses do sul a reflectir sobre os seus primeiros 100 dias de Estado independente, satisfeitos por tão cedo acolher um evento internacional, que abordaria também sobre os desafios da construção do seu Estado.

Não tenhamos ilusões – para países que resistem à pobreza, à instabilidade e conflitos violentos, não é fácil liderar o seu próprio desenvolvimento. Os povos que sofrem clamam por democracia porque acreditam que esta vai aliviar o seu sofrimento, mas os benefícios da democracia levam o seu tempo a serem sentidos.

As fórmulas democráticas do ocidente nem sempre resultam quando aplicadas a papel químico a outros países, ou melhor, a experiência democrática dos países desenvolvidos nem sempre são adequadas aos Estados frágeis. Estes são países traumatizados pela guerra, devastados pela pobreza e, muitas vezes, instigados por interesses de supremacia económica.

E as ajudas internacionais obedeceram sempre não só a critérios inaceitavelmente rigorosos mas a padrões de ‘one size for all’. Os valores democráticos são universais, mas as circunstâncias próprias a cada país e a forma como são assimilados estes valores são individuais. É necessário ter em conta o contexto histórico, social e cultural de cada país antes de tentar implementar um programa de desenvolvimento, sem nunca perder de vista a dignidade da pessoa humana.

Para os países pobres a ajuda é, muitas vezes, uma questão de sobrevivência – vidas dependem destas ajudas!

Mas o debate sobre a ajuda internacional é quase tão antigo como o debate sobre a democracia. A ajuda internacional e as lições sobre a democracia, provenientes dos países desenvolvidos, caminham quase sempre de mãos dadas mas, ainda assim, milhares de pessoas subsistem na pobreza. Por vezes, para não dizer muitas das vezes, depois de acabada a grande soma de ajudas, as populações de um país ficam mais pobres do que eram antes, isto é, antes da chegada dessas ajudas.

Os países pobres são acusados de corrupção e causa do fracasso internacional. E aos países ricos, pergunta-se, existem mecanismos efectivos de transparência e responsabilização pelo fracasso da ajuda internacional?

Os Objectivos do Desenvolvimento do Milénio para 2015 dificilmente serão alcançados. Os países doadores sentem-se frustrados e acredito que os seus contribuintes questionem sobre a verba canalizada para a assistência internacional quando, neste período de crise económica global, eles próprios vivem dificuldades.

Estas são todas as questões que importam ser discutidas no âmbito da democracia.
Por isso, eu digo: combater a pobreza generalizada, combater a fome, a doença e a ignorância é promover a democracia!

E digo ainda: promover a paz e promover o uso de uma diplomacia internacional mais activa e compreensiva é investir no processo democrático a nível mundial. E aqui, saúdo o Secretário de Estado de Defesa dos Estados Unidos, Luis Panetta, quando alerta Israel para quebrar o seu auto-isolacionismo e sentar-se à mesa com os vizinhos... e conversar... para o bem da Humanidade! É assim mesmo! Já chegou a hora para todos
honrarmos, com igual compromisso, os valores universais!


Excelências
Senhoras e Senhores,

Na semana passada, o Secretário-Geral das Nações Unidas, na sessão de abertura do IV Fórum Internacional sobre a Eficácia da Ajuda Internacional, em Busan, Coreia do Sul, disse que a ajuda internacional não é um acto de caridade mas antes um inteligente investimento na segurança e prosperidade.

E eu concordo. E como resultado do Retiro Interministerial de Juba, o ‘g7+’ apresentou o New Deal for Engagement in Fragile States. 34 países e instituições internacionais endossaram imediatamente o New Deal.

Este é um marco importante nas relações dos Estados frágeis com as organizações parceiras. Esta é uma franca tentativa de melhor compreender os desafios inerentes aos países em situação de pós-conflito e frágeis, na prossecução dos objectivos de desenvolvimento. Assim, para se atingir os MDGs, os Estados frágeis vão passar por uma fase de transição através dos PSGs (Peacebuilding and Statebuilding Goals).

Através do New Deal há uma nova esperança para o progresso na implementaçãodos MDGs. Através do New Deal está subjacente uma nova aposta no desenvolvimento sustentável para estes países frágeis, com o Focos do desenvolvimento a ser liderado e apropriado pelos próprios e com a Confiança em novos compromissos para alcançar uma maior transparência, maior capacidade interna e uma melhor gestão para melhores resultados da Ajuda Internacional.

E aqui também se pratica a democracia, no verdadeiro sentido da palavra.

Como Chair do ‘g7+’, vou distribuir a todos os países presentes cópias do New Deal.

E aqui, neste Forum, faço um apelo a todos para dar um voto de apoio em Setembro de 2012, quando levarmos os 5 PSGs à Assembleia-Geral da ONU. Estes objectivos são:

• Política legitimada
• Segurança
• Justiça
• Fundações Económicas
• Serviços e Rendimentos


Excelência, Senhor Presidente
Excelências
Senhoras e Senhores

O mundo em que vivemos encontra-se seriamente ameaçado.
A ameaça eminente das alterações climáticas vai dando os seus sinais. Desde os fogos na Austrália, às cheias na Tailândia, passando pelo aumento dos níveis das águas do mar que ameaçam a existência das Ilhas do Pacífico, que têm falta de água potável, parecendo que a natureza está a tentar avisar a humanidade que medidas urgentes são prementes.

Desastres naturais testam as populações do mundo, como vimos nos terramotos e tsunami no Japão e o terramoto em Christchurch, na Nova Zelândia, e os muito recentes na Turquia.

Infelizmente, por tudo aquilo que não tem sido feito seguindo Quioto, Copenhaga e Cancun, parece que já não há esperança para Durban, como disse ontem o Secretário-Geral das Nações Unidas.

As graves ameaças do terrorismo, a imigração clandestina em proporções assustadoras, o tráfico humano, de drogas e de armas, a crise económica global, a procura de recursos alimentares e energéticos que são limitados, a proliferação de armas nucleares – entre outras ameaças - prenunciam as condições instaladas para o conflito e para a insegurança da humanidade.

Agora, mais do que nunca, é necessário fazer alianças estratégicas. Alianças de cooperação, de diálogo e de intervenção. Alianças que não devem, não podem, estar condicionadas pelos interesses estratégicos de grandes potências mas antes pelos interesses fundamentais da humanidade.

Precisamos de novas alianças para fazer a paz e não de velhas alianças para fazer a guerra. Precisamos de uma nova ordem mundial, tanto política e económica, onde os conflitos e a discórdia são substituídos pelo diálogo, em que a democracia é usada para dar voz aos fracos e vulneráveis e onde a assistência e a solidariedade são usadas devidamente para aliviar o sofrimento das pessoas.

Esta é a mensagem que as Nações, sobretudo as mais pobres e as mais fracas, precisam de escutar para ter confiança na Democracia.

Muito obrigado.

Kay Rala Xanana Gusmão
8 de Dezembro de 2011


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Música, Amor e Educação em Timor-Leste

>> 20111206

" The Alma Sisters are a group of physiotherapists and nuns who are based in Dili, East Timor. They look after sick, orphaned and disabled children from districts all over E. Timor. Recently they were able to build two small classrooms and a physio room- but they still need more funds to buy medical equipment, wheelchairs- and to build a new facility for the children with special needs.
Many of the children they work with have Cerebral Palsy - and the quality of life for these children have increased tenfold.

If you want to learn more or make a donation; please visit:
http://www.jesuitmission.org.au/site/5/donations
Recently Paulie Stewart (Dili Allstars) and Esra Ozege (philanthropist) visited East Timor to take over a shipment of kids shoes generously donated by the Wiggles. They were able to shadow the sisters on their rounds in two very poor districts, and watched the sisters and out the shoes to where they were needed most. For more information on that, visit:

http://www.cam.org.au/news/wiggles-donation-helps-alma-nuns.html

Jessica Carrascalão Heard is singing an East Timorese Folk Song arranged by the Dili Allstars - translated it means; Poor child or orphan in need. Available on the Dili Allstars best of ABC album.

Thank you." ( )

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Pedro Bacelar de Vasconcelos | Constituição anotada

>> 20111123

Imagem daqui
"O constitucionalista português Pedro Bacelar de Vasconcelos apresentou na terça-feira à noite em Díli, Timor-Leste, a Constituição anotada do país para que a sua interpretação seja feita de forma coerente e consistente com a realidade timorense.

"Não é um trabalho meramente académico, é um trabalho muito centrado na resolução concreta dos problemas que a construção do Estado sob o figurino estabelecido pela Constituição requer e esperamos assim ter elaborado um instrumento que pode servir de orientação para a fixação do sentido de vários comandos constitucionais", afirmou hoje à Agência Lusa o constitucionalista português.

Segundo Pedro Bacelar de Vasconcelos, a Constituição anotada tem a "preocupação de articular os vários princípios, os vários sectores, em que se definem tarefas concretas ao Estado e aos diferentes órgãos de soberania".

Pretende também, acrescentou, "procurar que essa interpretação e concretização constitucional se faça de uma forma coerente, sistematicamente consistente, de maneira a permitir que a compreensão da Constituição se realize de uma forma adequada à própria realidade timorense e ao seu actual estádio de desenvolvimento".

O constitucionalista português disse também que o projeto teve início há dois anos por iniciativa do primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, e contou com a colaboração de 20 juristas.

"Comprometemo-nos a proceder à elaboração de um guia para a interpretação e aplicação da Constituição timorense", disse.

A Constituição de Timor-Leste entrou em vigor em 2002.

A versão anotada teve em conta toda a produção legislativa ocorrida no país nos últimos anos.

Pedro Bacelar de Vasconcelos foi conselheiro das Nações Unidas junto da Presidência timorense e redactor da Constituição de Timor-Leste."

Fonte: Angola Press online

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Parabéns Timor-Leste, IDA e Victor de Sousa

>> 20111119

Na sequência da sua participação no BIFF (Brisbane International Film Festival), o filme UMA LULIK, produzido pela IDA e realizado por VIctor de Sousa, foi classificado em terceiro lugar entre os melhores 10 filmes pela "BIFF 2011 Showtime Movie Channels Top Ten audience awards". No BIFF foram passados 135 filmes, com uma audiência de cerca de 22.000 espectadores. 

Print screen do site do festival (página de publicação dos resultados)

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Díli recorda 20 anos do massacre de Santa Cruz

>> 20111113



Milhares de pessoas marcharam no dia 11 entre a igreja de Motael e o cemitério de Santa Cruz em Díli para assinalar o vigésimo aniversário do massacre perpetrado por militares indonésios contra timorenses, provocando centenas de mortos e feridos.


"Viva Timor-Leste" foi a expressão mais ouvida durante as mais de quatro horas de duração da marcha e da concentração, que terminou com música, dança e a deposição de flores no cemitério.
A participação de tantos jovens deixou emocionado o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, que em declarações à agência Lusa disse que é altura de os jovens começarem a aparecer no processo "para corrigir os mais velhos".
"Devem começar a aparecer neste processo como uma força que possa corrigir a nós os velhos, a nós que estamos em partidos, eles podem fazer isso, eles podem, como mudaram no passado, mudar agora", disse Xanana Gusmão.
Na cerimónia, organizada pelo Comité 12 de novembro, participaram também o Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, e o secretário-geral e o presidente da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN), Mari Alkatiri e Franscisco Lu Olo, respetivamente.
Além de vários membros do governo, estavam também o antigo chefe das Forças Armadas general Taur Matan Ruak, o vice-chefe das Forças Armadas, brigadeiro-general Filomeno Paixão, e elementos do corpo diplomático.
A 12 de novembro de 1991, mais de duas mil pessoas reuniram-se numa marcha até ao cemitério de Santa Cruz, em Díli, para prestarem homenagem ao jovem Sebastião Gomes, morto em outubro desse ano pelos elementos ligados às forças indonésias.
No cemitério, militares indonésios abriram fogo sobre a multidão.
Segundo números do comité 12 de novembro, 2.261 pessoas participaram na manifestação, 74 foram identificadas como tendo morrido no local e 127 morreram nos dias seguintes no hospital militar ou em resultado da perseguição das forças ocupantes.
Os restos mortais da maior parte das vítimas continua por ser localizado.



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INFO | ´Timorese runners take on the NYCM for the second year in a row'

>> 20111108

Timorese runners complete the New York City Marathon
"Calisto da Costa and Lola Goncalves Gama completed the ING NYCM in 2h46:04 and 3h51:43 respectively. The two Timorese runners completed the event as the second pair of Timorese athletes to attend the annual New York Marathon. Da Costa's time put him in at 276th overall, much the same as his compatriot Augusto Ramos Soares' time from last year. Once again the Timorese runners suffered from the cold weather and were somewhat slower than there times from the Dili Marathon on 18 June this year where they each finished second in their sex category.

"It was an amazing run" said da Costa of the five borough event "there were so many people cheering us on with signs and music." The race is however well known for its bridges where the cold hits the hardest. Da Costa started feeling trouble with cramps in around the 35 km mark and by the 40km mark was already watching many competitors pass him. Similarly Goncalves was struck with cold and cramps, falling from a 4min/km average to a roughly 7min/km average from the 20th km onwards. All in all though the race and the lead up to it were enormously successful in showcasing Timor to the world and continuing to promote Timorese elite athletes.

Before coming to the USA, the runners spent five days in Singapore for their visa interview and processing. There they were able to make the best of their time through a meeting with representatives from Air Timor, the airline that sponsored the flight from Dili to Singapore, as well as meeting the athletics group, Dream+. Through their time in Singapore, da Costa and Goncalves, trained, relaxed and chatted with the Singaporean athletes who wondered at their Timorese counterpart's skill and determination, while the Timorese were equally impressed by the Singaporean's equipment, technology and structure. After the five days in Singapore, the two athlete groups departed as good friends and both teams expressed their hope that they would be able to meet up again soon to contribute to each other's training programmes.

After arriving in America, da Costa and Goncalves were invited to attend a training session with a school running programme "Wheeler Athletics" in Washington Heights (North Manhattan). Here the TImorese runners wowed students with their stories from Timor and running before joining the students on a run and leading a stretching programme. The stretches they showed were a small indication of just how skilled and well-trained the Timorese athletes really are.

After their school visit on Thursday, the runners had the openning ceremony on Friday night, alongside athletes from over 100 other countries, da Costa proudly carried the Timorese flag. The runners spent the night mingling with athletes from around the world, as well as offering a good many geography lessons to those who did not know where Timor was! As they marched towards the finish line the athletes were able to get an idea of where everything would end on the Sunday.

The following morning, da Costa and Goncalves were able to attend a meet and greet with famous distance runners Paula Radcliffe, Tegla Loroupe and Wilson Kipketer. After that they completed a small jog and stretch session in preparation for the big day ahead.

Overall the trip was an amazing opportunity to establish an ongoing relationship with the biggest and best-known marathon in the world. It was a fantastic success in terms of athletics, promoting awareness of Timor-Leste and providing inspiration for younger runners in Timor. The event was a perfect way to promote one of Timor's best resources: it's people."
Fonte: http://www.etan.org/news/2011/10nymarathon.htm

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Convite | Exposição de Esculturas | Arte Moris @ Oceanview

>> 20111104



CARVING THROUGH TIME

Sculpture Exhibition Opening Night and Dinner
Presented by Arte Moris
Hosted by Oceanview

Thursday November 10th @ 6pm

Please join us for a night of culture, art and entertainment!

RSVP to admin@artemoris.org or Facebook by November 8

We will be entertained by Orquestra Ordem Publica & Melchior Dias Fernandes.

A special dining offer is optional for $20pp by purchasing tickets in advance through:

   Dada @ Arte Moris: 3310346 or 7611734
   Danny @ Oceanview: 7236041 or 7238896

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Carving Through Time

From animist iconography, to representations of human and other animal forms, Timorese culture has manifested, and been represented, through the hands of wood carvers throughout Timor.

The wood sculptors at Arte Moris are not cultural artisans in the historical sense. They are fine artists who follow the traditions of modern art. However, since the inception of Arte Moris, the artists have often endeavoured to express their cultural identities through their modern art practices.

This exhibition - 'Carving Through Time' - is a wonderful example of that. These contemporary sculptures not only invoke ancestors of the past, they also envision ideas of the future.
The exhibition will be showcased at Oceanview until the 24th of November. Oceanview is here.

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Parabéns, Timor-Leste!

>> 20111103

"O Relatório Global do Desenvolvimento Humano de 2011 «Sustentabilidade e Equidade: Um Melhor Futuro Para Todos», mostra o crescimento e progresso do país. (...)"

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PRESS RELEASE / COMUNICADO: Filme UMA LULIK selecção oficial no BIFF - Festival Internacional de Cinema de Brisbae (Austalia) / Film UMA LULIK official selection of BIFF - Brisbane International Film Festival

Print screen do site do festival (aqui)

Filme UMA LULIK selecção oficial no Brisbane International Film Festival (BIFF)
Primeiro documentário da autoria de um realizador Timorense, Victor de Sousa Pereira, o filme UMA LULIK, produzido em 2010, integrará a selecção oficial do Festival Internacional de Cinema de Brisbane 2011 com projecção agendada para o dia 9 de Novembro pelas 18.30 horas, no Palace Barracks Cinema.
Para mais informações ver o link: http://tix.biff.com.au/browseDate.asp

SINOPSE
Na tradição timorense, a Uma Lulik (Casa Sagrada) é o centro, o cordão umbilical entre passado e presente. Para os vivos uma reserva segura de memória e sabedoria antiga. Para os mortos o local onde o tempo não passa, onde a história se renova. Esta é a estória da construção de uma casa sagrada, vivida e contada por um timorense. Esta é uma história da grande familia timorense.

Em "Uma Lulik" o realizador Victor de Sousa transporta-nos ao universo dos antepassados, presenças inquestionáveis, sentidas, palpáveis em cada objecto nascido da terra e da memória colectiva.

A reconstrução da identidade nacional, após a destruição de grande parte das Casas Sagradas ao longo de 24 anos de ocupação Indonésia, passa pelas aldeias, pelas montanhas onde o sagrado, pouco a pouco, volta ao seu lugar, à sua casa.


FICHA TÉCNICA (sumário)

Realizador: Victor de Sousa Pereira
Produtores: João Sousa Ferro & Tania Bettencourt Correia
Produtor Executivo: David Palazon
Co-Produção: IDA-tl, com CPLP
Câmaras: António do Rego, Gil Ribeiro, Justino da Costa
Edição: David Palazon & Victor de Sousa Pereira
Fotografia: Victor de Sousa Pereira, Eldino Ximenes, Carlos Pereira
Assistentes de som: Justino da Costa, Juvencio Pereira
Texto para voz-off: Victor de Sousa Pereira, Gibrael Carocho, David Palazon, João Sousa Ferrro
Voz-off: Victor de Sousa Pereira
Banda Sonora: Marco Lavarone, Coro Sol Nascente, Dez Irmãos
Pesquisa: Elena Tognoli
Com o apoio de: Secretário de Estado da Cultura de Timor-Leste, Comunidade de Fatulia

Para mais informações favor contactar:
  • João R.S. Ferro | jferro@ida-tl.com | (+670) 7254992
  • Tania Bettencourt Correia | tbcorreia@ida-tl.com | (+670) 7254990
  • Imagem, Design & Arquitectura,Lda. | Escritório Sede | Office: Lecidere Office Center, 1 Andar, Av. dos Direitos Humanos, Dili, Timor-Leste | Morada Postal | Postal Adress: Correios de Timor-Leste, PO BOX 163 Dili, Timor-Leste | Telefone | Telephone (+670) 333 1256



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Informação relacionada:

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Dois atletas de Timor-Leste na maratona de Nova Iorque

>> 20111028



Díli, 27 out (Lusa) - Os atletas timorenses Calisto da Costa e Lola Gonçalves vão participar na Maratona Internacional de Nova Iorque, a 06 de novembro, anunciou hoje a presidência de Timor-Leste em comunicado.
Segundo o documento, os dois atletas, recebidos pelo Presidente José Ramos-Horta na terça-feira, encontram-se atualmente em Singapura, onde vão treinar durante uma semana antes de viajarem para os Estados Unidos.
Os dois atletas vão participar na prova norte-americana no âmbito do programa da Presidência "Díli, Cidade de Paz", que tem como principal objetivo a prática de desporto para a promoção da paz e da estabilidade.
No âmbito daquele programa, a Presidência de Timor-Leste realiza anualmente o Tour de Timor em bicicleta, a Maratona Internacional de Díli e o campeonato internacional de pescas.
MSE.
Lusa/Fim

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Timor-Leste: PR lança primeira pedra para construção da Universidade Católica de Díli



O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, lançou hoje a primeira pedra para a construção da Universidade Católica João Paulo II, em Díli, declara em comunicado a Presidência timorense.

A cerimónia decorreu nos terrenos do Colégio de São José e contou com a presença do bispo de Díli, D. Alberto Ricardo.

'Temos o dever de dar à nova geração uma instituição de qualidade, prestigiada pelo seu rigor académico e científico', afirmou, segundo o documento, o Presidente timorense.

Segundo José Ramos-Horta, a Universidade Católica é 'uma prioridade absoluta para a Nação' e por isso pediu apoio 'material e financeiro' ao parlamento e governo do país.

Na cerimónia participaram o vice-presidente do parlamento, Vicente Guterres, deputados, membros do governo e representantes do corpo diplomático.


LUSA

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Santa Cruz/20 anos: "Timor à Procura", de Max Stahl, estreia hoje em Remexiu



Díli, 28 out (Lusa) - O filme "Timor à Procura", com assinatura de Max Stahl, o jornalista que filmou e denunciou mundialmente o massacre no cemitério de Santa Cruz em 1991, estreia hoje em Remexiu, distrito de Ailéu.
O filme retrata os acontecimentos ocorridos a 12 de novembro de 1991 no cemitério de Santa Cruz, em Díli, e a procura dos restos mortais das vítimas daquele massacre ocorrido há quase 20 anos e que ainda não foram encontrados.
"Este é um filme que começou a ser feito há três anos porque acompanhou os passos dos médicos forenses e antropólogos forenses de Argentina, um grupo com muita experiência, e da Austrália, que iniciou esta pesquisa aqui em Timor-Leste", explicou à agência Lusa Max Stahl.

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"O problema não se resolve com a morte deles"

>> 20111021

Por Redacção (A Bola)

O primeiro-ministro timorense disse esta sexta-feira que a morte de Kadhafi não deve ser encarada como um ponto final nos problemas da Líbia.

«Só espero que todas as forças intervenientes na Líbia não pensem que a morte no Kadhafi é o fim de tudo», disse Xanana Gusmão, no aeroporto de Díli.

Afirmando que nesta altura «as expectativas são enormes», o chefe de governo de Timor-Leste relativizou, dizendo que «a morte de Kadhafi é igual à prisão de Mubarak, que é igual à morte de Saddam Hussein».

«O problema não se resolve com a morte deles. O problema é cada povo, tanto na Tunísia, como na Líbia, como no Egipto, aprender as lições do Iraque e ver se chega a um consenso para resolver os problemas nacionais», sublinhou.

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RETIRO MINISTERIAL DO g7+ - SUDÃO DO SUL

>> 20111019

Foto: António Ramos


REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE

ALOCUÇÃO DE
SUA EXCELÊNCIA O PRIMEIRO-MINISTRO
E MINISTRO DA DEFESA E SEGURANÇA

KAY RALA XANANA GUSMÃO
POR OCASIÃO DO RETIRO MINISTERIAL DO g7+


Exmo. Sr. Kosti Manibe, Ministro das Finanças e do Planeamento Económico do Sudão do Sul
Exmos. Ministros
Irmãos e Irmãs
Excelências

É uma grande honra e um privilégio estar aqui a discursar na abertura deste Retiro Ministerial do g7+.

Gostaria de começar por agradecer aos nossos anfitriões da República do Sudão do Sul.
Estamos aqui não só para participar neste Retiro Ministerial do g7+, como também para demonstrar a nossa solidariedade e apoio para com o Sudão do Sul.

Podermos estar aqui poucos dias após se assinalar o 100.º dia da independência do Sudão do Sul, que passou assim a ser a nação mais jovem do mundo, é algo de especial para todos nós.

Não só damos os parabéns ao Sudão do Sul pela sua independência como também celebramos o nascimento desta nova nação.

Louvamos o povo do Sudão do Sul pela sua coragem, sacrifício e determinação em alcançar a independência.

Desejamos, portanto, um futuro risonho para esta nova nação como também nos comprometemos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para ajudar o Sudão do Sul a tornar-se um Estado forte, bem-sucedido e pacífico.

Gostaria ainda de congratular o Presidente da República e o Governo do Sudão do Sul por organizarem este evento internacional e agradeço-lhes a calorosa recepção que nos proporcionaram.


Senhoras e senhores,

Permiti-me por favor dizer algumas palavras breves sobre as experiências de Timor-Leste como nova nação e ao nível da construção da paz e da construção do Estado.

No seguimento do nosso Referendo em 1999, no qual o povo votou corajosamente pela independência, vimo-nos presos num ciclo vicioso de violência.

Isto aconteceu porque as expectativas eram muito, muito altas.
Sensivelmente a cada dois anos sofremos surtos de violência que resultaram na perda de vidas e na destruição de propriedades.

Em 2006, apenas quatro anos após termos assumido a soberania da administração das Nações Unidas, sofremos o nosso pior conflito interno. Este período de violência ameaçou destruir completamente a nação pela qual tínhamos lutado e sofrido tanto.

Foi necessário quebrar este ciclo de violência.
Para tal precisámos ter a humildade de reconhecer que tínhamos falhado. Falhamos em abordar as verdadeiras causas dos nossos problemas e falhamos na construção das nossas instituições do Estado.

Quando o nosso Governo tomou posse em 2007 começámos a trabalhar com vista a reduzir a nossa fragilidade.

Incidimos em reformas ao nível do nosso sector da segurança, de modo a capacitar e a profissionalizar a nossa polícia e as nossas forças armadas.
Introduzimos políticas sociais para dar resposta às causas subjacentes da nossa fragilidade e para apoiar os nossos veteranos e idosos, que sacrificaram tanto na luta pela independência.
Reestruturámos o sector público, implementámos reformas ao nível da gestão das finanças públicas e estabelecemos órgãos de fiscalização independente para promover a boa governação.
Abordámos também a questão da pobreza e encorajámos o crescimento económico, de modo a sustentar o nosso desenvolvimento.

2009, no 10.º Aniversário do Referendo, o Governo lançou um novo mote “Adeus Conflito, Bem-vindo Desenvolvimento” que foi acolhido pelo nosso povo, o qual estava cansado de sofrer e de lutar entre si.

Actualmente estamos a viver um período de estabilidade e segurança e de forte desenvolvimento económico.
Este período de estabilidade permitiu-nos preparar um Plano Estratégico de Desenvolvimento a 20 anos com incidência em três áreas essenciais: capital social, infraestruturas e desenvolvimento económico.

Este plano representa as esperanças e aspirações do povo timorense, constituindo a pedra basilar dos nossos esforços de construção nacional à medida que nos continuamos a deixar para trás a nossa fragilidade inicial e nos tornamos cada vez mais uma nação segura, pacífica e bem governada.

O próximo ano será muito importante para nós.
Em 2012 iremos organizar eleições presidenciais e legislativas – as terceiras eleições democráticas em Timor-Leste.
Estamos confiantes de que elas irão decorrer de forma pacífica, porém precisamos continuar atentos.
 
Embora acreditemos que nos estamos a tornar uma sociedade mais estável, pacífica e tolerante, continuamos a ser uma nação frágil.
Sabemos pela nossa experiência dolorosa que é mais fácil incendiar uma casa do que construir uma – da mesma forma que é mais fácil descarrilar um Estado do que desenvolver um.
E é por isto que estamos aqui hoje.


Amigas e amigos,

Hoje reunimo-nos para discutir o nosso futuro.
Podemos reunir-nos como Estados frágeis e – em alguns casos – Estados afectados por conflitos, porém podemos também reunir-nos com união e força.
Juntos temos muita experiência e sabedoria para partilhar.

As nossas experiências comuns criam laços naturais de solidariedade e compreensão entre nós.
As nossas experiências comuns fomentam laços de solidariedade e compreensão.
As nossas experiências diversas dão profundidade e valor ao nosso grupo.

Hoje podemos ser abertos a respeito dos nossos problemas. Podemos ser honestos sobre as
nossas falhas. E podemos partilhar e celebrar os nossos sucessos.


Amigas e amigos,

Esta reunião de Estados frágeis, Estados afectados por conflitos e Estados pós-conflito é o passo mais importante para a consolidação e para o futuro do g7+.

Se este órgão vai ter sucesso nos seus objectivos ou se vai desaparecer com o tempo depende de nós.
Sou um grande apoiante do potencial do g7+. Por esta razão tenho promovido este órgão junto da Assembleia Geral das Nações Unidas, do Conselho de Segurança e de outros fóruns em que tenho participado.

Somente juntos, falando a uma só voz e agindo como um grupo, poderemos mudar a forma como a ajuda é prestada.
E só aprendendo uns com os outros e apoiando-nos mutuamente será possível deixarmos para trás a fragilidade e o conflito.
Desta forma, podemos encarar o g7+ como tendo dois papéis. O primeiro é externo, representando-nos colectivamente junto do mundo.
 
O segundo é interno, permitindo-nos aprender uns com os outros a fim de informar as nossas próprias abordagens à construção da paz e à construção de Estados.


Senhoras e senhores,

Um dos nossos principais objectivos é melhorar a transparência e a efectividade da ajuda internacional.
Queremos retomar as rédeas do programa de desenvolvimento e garantir que este não enfraquece a nossa autodeterminação.

Não lutámos pela independência para agora deixarmos de ser senhores do nosso próprio desenvolvimento.
Todavia a nossa experiência mostra justamente que a ajuda tem potencial para enfraquecer os nossos processos internos; para na verdade impedir a construção institucional.

Temos verificado que a ajuda pode resultar em programas caros controlados por países estrangeiros, nos quais a maior parte dos fundos acaba por reverter para as nações doadoras sem beneficiar significativamente o nosso povo.

Temos igualmente verificado que a prestação de ajuda pode ser inflexível e demasiado burocrática, fazendo com que haja fundos gastos nos sítios errados e com que os fundos não possam ser usados para impedir conflitos emergentes que ameaçam o Estado.

Tivemos também de lidar com os ‘peritos’ em desenvolvimento, os quais procuraram impor as suas soluções com base na oferta ou em modelos pré-estabelecidos, não tendo em atenção a nossa cultura, o nosso contexto e a realidade do nosso país.

E o pior de tudo é que quando os programas de ajuda falham a culpa nunca é do parceiro de desenvolvimento mas sim nossa, do nosso povo.

Acontece que para se atingir o desenvolvimento não basta seguir alguns passos fáceis e universais, como se estivéssemos a seguir uma receita num livro de culinária.
Todos os Estados frágeis são diferentes e requerem abordagens distintas.

Mas não viemos a este retiro criticar a ajuda externa.
Estamos aqui para trabalhar no sentido de tornar a ajuda mais efectiva, tanto para os nossos povos como para os parceiros de desenvolvimento que a prestam.

Compete-nos a nós exercer a liderança, estabelecer as prioridades e assumir o controlo, sabendo que assumir o controlo envolve aceitar a responsabilidade.
Compete a nós fazer a transição a partir de abordagens tradicionais de prestação de ajuda para modelos mais efectivos.

Compete a nós garantir que a assistência de desenvolvimento responde às exigências, necessidades e aspirações dos nossos povos.

Precisamos de um novo sistema de ajuda.
Este sistema precisa reconhecer que os Estados frágeis não conseguem atingir a maior parte dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

O sistema precisa reconhecer que antes de se poderem atingir os ODMs é necessário iniciar um processo inter-relacionado de construção de paz e construção de Estados.

Precisamos defender a importância dos objectivos de construção de paz e construção de Estados como alicerces necessários para a concretização dos ODMs.
E precisamos ser nós os responsáveis por medir a nossa própria fragilidade, ao invés de serem outros a fazê-lo por nós.
Para tal é necessário que a voz dos Estados frágeis seja ouvida, que as nossas experiências sejam tidas em conta e que sejam feitas alterações no sentido de transformar as políticas da ajuda internacional.

No futuro precisamos incidir nos resultados e não nas contribuições.
Precisamos explorar a forma como a tecnologia global e a revolução das telecomunicações podem ser utilizadas para desenvolver as nossas nações. Precisamos igualmente estudar o modo como as novas tecnologias podem trazer oportunidades a nível de cuidados de saúde e educação e oportunidades económicas.

E precisamos ainda aproveitar as alterações estruturais políticas e económicas históricas que se estão a verificar.
Não só estamos a assistir à transformação de grande parte do mundo árabe, como vimos também o crescimento de grandes economias emergentes.

Muitas nações africanas já estão a beneficiar do crescimento da China e do potencial resultante em termos de construção de infra-estruturas com uma boa relação qualidade/custo.
Muitos de nós já estamos a ir buscar assistência técnica e profissional à Índia, em vez de aos países desenvolvidos tradicionais.

Estamos também a procurar formar os nossos povos e a desenvolver as nossas qualificações, conhecimentos e recursos humanos nas economias emergentes do Sudeste Asiático, bem como na Índia e no Brasil.

Com esta mudança ao nível do poder político e económico iremos também assistir a alterações no que diz respeito à governação global e às nossas instituições internacionais.

Estas tendências irão continuar, pelo que não podemos ser passivos em face das alterações estruturais que acontecem à nossa volta. Pelo contrário, precisamos garantir que iremos beneficiar delas.
Não podemos continuar a ser os últimos países neste novo mundo globalizado.


Amigas e amigos,

O Quarto Fórum de Alto Nível sobre Eficácia da Ajuda terá início no próximo mês em Busan, na Coreia do Sul.
Esta é uma reunião essencial para o g7+, sendo que este Retiro irá determinar o nosso potencial sucesso na Coreia do Sul.

Neste Retiro precisamos desenvolver as nossas prioridades e determinar a posição que iremos assumir em Busan.
Isto inclui trabalharmos numa estratégia eficaz e sofisticada de comunicações.
Precisamos garantir que a nossa voz é ouvida em Busan.
Precisamos assegurar que o quadro futuro de prestação de ajuda leva em conta as nossas necessidades e as nossas situações.
E precisamos garantir que serão as nossas experiências a definir os termos da discussão sobre ajuda internacional – ao invés de nos ditarem esses termos.


Excelências,

Ainda que o g7+ tenha nascido dos debates globais sobre eficácia da ajuda, isso não significa que nos devamos limitar a esta questão.
Este grupo dá-nos uma oportunidade única para desenvolvermos uma agenda que apoie as nossas nações e os nossos povos.

Há muitas questões para lá da ajuda que são determinantes para o nosso progresso e para o nosso futuro.
Estas incluem políticas a nível de comércio global, finanças, trabalho, saúde, ambiente e desenvolvimento.

O g7+ dá-nos uma voz colectiva para sermos ouvidos a respeito de questões internacionais com impacto sobre os nossos povos.
Mas para sermos ouvidos e para sermos reconhecidos como a voz global das nações frágeis, precisamos estar unidos.
Precisamos igualmente ter credibilidade – e para termos credibilidade precisamos de ter substância.

Apelo ao Grupo de Trabalho Político deste Retiro que estabeleça as bases para desenvolvermos um conjunto partilhado de prioridades e políticas.

Precisaremos conduzir investigações, preparar casos de estudo e documentos de discussão e avaliar de forma crítica o modo como as acções globais têm impacto nas comunidades locais nos nossos países.

A defesa de uma agenda política substantiva dá uma grande margem ao g7+ para influenciar alterações globais no futuro, sendo que estas alterações permitirão melhorar as vidas e o bem-estar dos nossos povos.


Amigas e amigos,

Antes de terminar, gostaria de falar do papel ‘interno’ que o g7+ pode desempenhar.
Este papel permite-nos falar como amigos, num espírito de solidariedade e apoio, a respeito do progresso dos nossos próprios países.

Podemos partilhar as nossas experiências, tanto boas como más, com pessoas que entendem as nossas circunstâncias.

Enfrentamos muitos desafios comuns.
Estes desafios levantam questões para as quais temos mais possibilidades de encontrar respostas trabalhando juntos. Estas questões incluem:

• Como transformamos uma economia de subsistência numa economia moderna?
• Como desenvolvemos os nossos recursos humanos?
• Como construímos infra-estruturas básicas?
• Como gerimos a ajuda sem abdicar da nossa soberania?
• Como garantimos a segurança quando somos frágeis?

Estas questões não têm respostas fáceis, porém ninguém está mais bem situado para encontrar estas respostas do que nós.
Isto acontece uma vez que são os nossos povos que sabem o que é viver em situações de fragilidade. São os nossos povos que precisam encontrar a coragem, a determinação e o espírito para passar da fragilidade para a força.

E nós compreendemos as realidades das nossas nações e o que significa viver com pobreza extrema, com insegurança e com luta.
Este Retiro dá-nos a todos a possibilidade de desenvolvermos ainda mais os nossos laços de
confiança e amizade.
Apelo a todos nós para que aproveitemos ao máximo esta oportunidade rara.


Irmãos e irmãs,

Obrigado pelo tempo concedido para falar a todos vós hoje. É sem dúvida uma honra e um privilégio.

Nesta sala temos um grupo de pessoas oriundas de muitos países, possuindo experiência sem rival em termos de Estados frágeis.
Todavia há ainda muito trabalho a fazer, sendo que este Retiro estabelecerá os alicerces para o futuro do g7+.

Estou ansioso por trabalhar convosco no futuro, levando os resultados deste Retiro até à comunidade internacional.

Muito obrigado.

18 de Outubro de 2011
Kay Rala Xanana Gusmão

Juba, Sudão do Sul

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