Ainda sobre o documentário WHERE THE SUN RISES de Grace Phan

>> 20110930

Três recortes do Diário de Coimbra de 27 e 28 de Setembro de 2011, respectivamente.
Agradecimento especial ao Diário de Coimbra
(clique nas imagens para aumentar)


Com a apresentação deste documentário, no passado dia 28 de Setembro, no Salão Brazil em Coimbra, proporcionou-se uma simples mas sentida homenagem a Kay Rala Xanana Gusmão por parte de um conjunto de amigos/as que lhe têm o respeito merecido. Ficam aqui os agradecimentos, anonimamente, a todos/as aqueles/as que de uma forma ou de outra estiveram envolvidos/as neste processo... agradeço-vos! Destaco da assistência que presenciou a projecção, a presença de inúmeros estudantes do programa Erasmus em Coimbra: italianos/as, espanhóis, franceses, holandeses. Portugueses e timorenses também não faltaram. As conversas resultantes da apresentação deste documentário deixam-me particularmente feliz.


Agradecimento especial à UC.PT


No dia em que a Universidade de Coimbra prestou também a mais elevada atenção a este seu "aluno", não passa em branco chamar aqui à atenção para o discurso que Xanana Gusmão proferiu e que se aconselha vivamente a lerem aqui.


Obrigado Xanana por seres como és... resistente e acutilante!

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DISCURSO DE SUA EXCELÊNCIA KAY RALA XANANA GUSMÃO POR OCASIÃO DA CERIMÓNIA DE DOUTORAMENTO HONORIS CAUSA ATRIBUÍDO PELA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

>> 20110929

Reitor Cancelário da Universidade de Coimbra,

Prof. Doutor João Gabriel Silva

Ilustre Director da Faculdade de Letras,

Prof. Doutor Carlos André

Prof. Doutor Eduardo Lourenço



Excelências

Prezados Convidados

Caríssimos amigos

É com incontrolável emoção que me encontro aqui perante vós.

A surpresa, como imediata resposta a um ‘sms’ que me foi dado a ver, acariciou o ego, que cada ser humano possui como reduto intocável, do bem e do mal, e afligiu a minha mente com uma curiosidade incrédula.

E, um ‘não, não, não é possível’ esboçava a busca do porquê deste imprevisto da vida, na tentativa de desvendar que potencial teria transparecido à magnânima leitura da Faculdade de Letras, para a induzir, assim, a uma escolha, talvez pouco merecida.

E em remorsos, descobri-me na consciência vagante de aluno ‘ad eternum’ da Faculdade de Direito, como cidadão latente de Conímbriga, munido de um passaporte de cumplicidades.

E foi assim nessa simples interacção, no repositório dos tempos, que uma pessoa, como eu, podia sentir-se integrada, por coação do acaso ou por suposição de mérito.

Infelizmente, a vida é esta interacção, do indivíduo com o colectivo, desde a sua dimensão ínfima à grandeza e expansão do macro, neste cosmos que se revolta contra si mesmo, por ineficácia das virtudes idealizadas e por acção das desvirtudes cumpridas.

A vida é, afinal, esta relação do indivíduo com o exterior de si mesmo, na rotina da sua proximidade ou imbuída de elementos que abraçam a lonjura do espaço e dos tempos.

E é aqui que a vida ensina, numa dialéctica de buscas e encontros, de exigências e respostas, de aspirações e compromissos. A vida, que absorve e transforma os actos, pode ainda equilibrar juízos, ou não, e temperar ou despoletar emoções e, assim, moldar o sentido que cada um dá à própria vivência... de si, para si e para fora de si.

Mas a vida dispõe, ao indivíduo e ao colectivo, de opções que se afiguram modelarmente como ideais, princípios e valores, traduzidos em ética, moral, justiça, direitos... e também todo o reverso, a que chamamos mal - para as consciências, pecado - para as almas, erro – para os intocáveis e crime - para os indivíduos comuns.

A liberdade é, tão somente, a escolha de opções, por parte do indivíduo, mas que pode perdê-la, sem se dar conta, quando essa escolha não se resguarda da estandardização fácil que o colectivo adopta... e assume... e impõe. E quando isso acontece, esse colectivo de indivíduos, que é a sociedade, vive... uma existência de inacção do espírito e de conformismo de atitudes, sacudidos apenas quando, no dia-a-dia, se sente oprimido pela angústia... de não poder encontrar solução aos seus desencantos.

Um dos elementos que avivavam a chama da resistência, no país que me fez indivíduo, foi o slogan de uma nova ordem mundial. Quatro décadas depois, a nova ordem mundial ficou subordinada à globalização de ideias, formuladas por um pequeno grupo de indivíduos... à globalização de actos, comandados por um reduzido número de indivíduos... à globalização de políticas, decididas por um pequeno grupo de indivíduos... à globalização de regras e critérios, estabelecidos por um reduzido número de indivíduos... numa globalização real da ... atrofia das mentes.

Hoje, o mundo, no seu colectivo maior, perdeu o rumo... porque só age por reflexo e perdeu a subtileza de ser humano, e se tornou refém da padronização do seu activo íntimo, que é o acto de pensar, de conhecer e de entender... para inspirar acções.

Defende-se a violência para se criar uma paz impossível, condenam-se os fracos para mitigar a absolvição das próprias culpas, preza-se a hipocrisia para dar sentido a ideologias ortodoxas de supremacia, recorre-se à falsidade para se dar valor à livre expressão.

A liberdade ficou subjugada pelos interesses dos poderosos, a democracia violentada para a defesa dos mais fortes, os direitos humanos espezinhados pelos interesses económicos e, a justiça, restrita aos segmentos mais frágeis de colectivos, compartimentados em cada país, por obediência a outros.

O mundo necessita de coragem para romper com as barreiras dos interesses que, pretensamente globais, conduzem a actos de injustiça, com que nos deparamos ou testemunhamos directa ou indirectamente. Hoje, o colectivo das pessoas reage, numa similaridade confrangedora aos revolucionários da década dos sessenta, que devoravam as máximas e as vomitavam, incendiando os ares de um outro fenómeno global... da ignorância inocente de uma humanidade, ainda descalça e analfabeta, isolada e sub-desenvolvida.

Mas o indivíduo, como o colectivo de hoje, está intoxicado pelo avanço da ciência de que ficou escravo, e continua descalço porque os sapatos estão sempre a pedir reciclagem; e continua analfabeto, porque não percebe que já percebeu que os problemas são sistémicos e estruturais.

O indivíduo, como o colectivo de hoje, preenche cada momento do seu dia no consolo das novas tecnologias, que transpõem fronteiras, mas continua isolado, porque embora se comunique com outros à distância, as palavras já nem confortam as suas penúrias; e continua sub-desenvolvido, porque ou lhe pagam para não produzir ou não tem emprego e lhe negam oportunidades.

O indivíduo, como o colectivo de hoje, ficou reduzido ao automatismo do pensar e tornou-se adicto à droga do ‘marketing’, tornou-se escravo da especulação dos grandes capitais e ficou refém da subida e descida das bolsas de valores, que não são suas, porque as suas magras carteiras só acumulam cartões de dívidas.

Num retrato amalgamado de indivíduos... sem rosto, sem cor, sem origem, sem futuro... o colectivo de hoje encontra-se estilizado nos mais altos ideais da ditadura moderna... que faz vénia aos poderosos de dinheiro e influentes na política. Sob outro ângulo, já numa dispersão espacial, vemos indivíduos... com rosto, com cor, com origem e com futuro, de promessas de miséria... tornados números adoptivos de grandes Organizações, que se pagam bem, para perpetuar a ajuda a pobres de participação e a esfomeados da justiça social.

Numa referenciação a grandes e pequenos colectivos, onde uns são dadores de sangue, enquanto outros, dependentes desse sangue, eles todos se confundem em ideais que se transformam em campos de batalha, que geram desconfianças e alimentam incertezas, que exaltam ódios e motivam vinganças.

Houve já demasiados debates sobre a não proliferação de armas. As empresas de armamento arrecadam triliões de dólares de lucro, com as guerras que não perspectivam um final decisivo, em tempos menos próximos.

Milhões de seres humanos estão sob a ameaça de morrerem de fome. As ajudas humanitárias vão chegando para distribuir comida e tendas, sem uma perspectiva clara de água para a agricultura que não existe, e assim dar força à apregoada sustentabilidade... na pobreza de milhões e milhões de crianças, mulheres e homens.

No mínimo, retenho a liberdade de pensar em voz alta: os indivíduos no poder perderam o sentido humanista no tratamento dos problemas do colectivo. No mínimo também, não estou impedido de perceber que a decisão desses indivíduos ficou enjeitada

nos volumosos relatórios dos ‘so called’ proeminentes grupos, prestigiados por analisar os outros. E responsabilizar os outros. Somente os outros.

Só assim, indivíduos, no colectivo, já podem dizer: nós e eles! E, em situações imperfeitas, onde não há aceno a alternativas, a doutrina da chantagem: ou nós... ou eles!

Hoje em dia, onde o fanatismo se agudiza para marcar supostas diferenças... em nada mais que aberrações ideológicas, nesta aldeia global onde todos somos chamados cidadãos do mundo, as Universidades seriam a escola de referência de cidadania. Os jovens de hoje são a promessa do futuro. Um futuro necessariamente diferente, um futuro de maior humanismo e de maior justiça social, um futuro de maior respeito mútuo e de verdadeira paz... em todo o globo e para todos os seres humanos.

E esse futuro já deveria ter dado início... como reparação do presente!

Deste presente... onde a vida já não é mais que uma previsão devastadora do imprevisível da aliciante ciência política e financeira, onde a tecnologia de mercado faz o ‘merger’ da necessidade com a dependência.

Peço desculpas por a ‘oração’ não ter sido nem ‘breve’ e muito menos ‘elegante’, como seria da praxe.

Foi apenas um rascunho no ócio do tempo e do espaço, no singular de um indivíduo, que quer sua integração ao tempo e ao espaço do colectivo. Retomei, por força das circunstâncias, o melancólico e o rústico mas reconfortante canto das aves, do meu país, que invariavelmente anunciavam, todos os anos, a chegada da época das chuvas, mas precisamente dessas aves que desapareceram, por acção e obra do ‘climate change’ que, afinal, nós os timorenses não provocámos.

Agradeço à Faculdade de Letras e à Universidade de Coimbra esta honra e agradeço também a presença de todos e o carinho dos amigos.

Muito obrigado.

Kay Rala Xanana Gusmão

28 de Setembro de 2011

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Notícias relacionadas com a visita de Xanana Gusmão a Portugal

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Convite: homenagem a Kay Rala Xanana Gusmão

>> 20110926

 "No dia em que a Universidade de Coimbra atribui o Grau de Doutoramento Honoris Causa a Kay Rala Xanana Gusmão, o Salão Brazil abre as suas portas a este fantástico documentário. Diversas foram as vezes que nos associámos a eventos sobre Timor-Leste, desta vez fica esta sentida homenagem a Kay Rala Xanana Gusmão. Seja Bem-Vindo a Coimbra! (...)" (Leia o texto completo no blogue do Salão Brazil)


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Xanana Gusmão em Portugal

"O Primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, chega a Portugal esta segunda-feira, 26 de Setembro, para uma visita oficial de três dias.
No segundo dia de visita, Xanana Gusmão será recebido pela Presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, seguindo de imediato para o Palácio de São Bento, onde está previsto um almoço de trabalho com seu homologo português, Pedro Passos Coelho e onde se encontrará com o Presidente da República de Portugal, Aníbal Cavaco e Silva.

Na qualidade de Ministro da Defesa e Segurança, Xanana Gusmão irá reunir com o Ministro da Defesa Nacional Português, José Aguiar Branco e com o Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, onde serão analisados diversos acordos de cooperação nestas áreas, bem como nos sectores da Educação, das Finanças e das Infra-Estruturas.

No dia 28, Xanana Gusmão irá deslocar-se a Coimbra, onde irá receber o título de Doutor Honoris Causa, pela Universidade da cidade, onde também terá um encontro com estudantes timorenses

Durante a sua estadia em Lisboa, o Primeiro-ministro Xanana Gusmão terá encontros com a comunidade timorense residente em Portugal.

Fazem parte da delegação timorense, que será acompanhada pela embaixadora em Portugal, Natália Carrascalão, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Zacarias Albano da Costa, a ministra das Finanças, Emília Pires, o ministro da Educação, Câncio de Freitas, e o ministro das Infra- Estruturas, Pedro Lay."

(c) PNN Portuguese News Network | Jornal Digital

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Entrevista | Xanana Gusmão @ Rádio ONU

>> 20110924

"Após discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas, o primeiro-ministro do Timor-Leste, Xanana Gusmão, conversou com a Rádio ONU sobre os preparativos para o fim do mandato da missão no país, esperado para dezembro de 2012. 
Ele também falou sobre sua visita a Portugal, na próxima semana, e do treinamento de soldados timorenses para participarem em missões de paz da ONU. 
Acompanhe a conversa com Eleutério Guevane e Mônica Villela Grayley. " ( | )

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Encontro entre o Ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, e o Ministro da Educação de Timor Leste, João Câncio de Freitas

Cooperação com Timor-Leste na área do ensino 

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Ministério da Educação e Ciência
 
Comunicado
O Ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, e o Ministro da Educação de Timor Leste, João Câncio de Freitas, estiveram hoje reunidos para discutir as linhas gerais de renovação de dois protocolos de cooperação na área do ensino.
O Protocolo para a Criação e Desenvolvimento das Escolas de Referência tem como objectivo a criação de estabelecimentos de ensino de excelência em Timor Leste, sob a gestão administrativa da Escola Portuguesa de Díli. Neste momento existem cinco escolas nas quais docentes portugueses estão a leccionar e nas quais em breve passarão a orientar o trabalho de colegas timorenses. Pretende-se alargar a existência destas escolas a todos os distritos e com isto promover a qualificação do sistema educativo do país. A partir de 2013 inicia-se um período de transição durante o qual a gestão das escolas de referência será partilhada entre os dois países, passando posteriormente a ser feita exclusivamente por Timor Leste.
O Protocolo de Assistência Técnica tem por objectivo apoiar a formação de recursos humanos timorenses através do envio de técnicos superiores portugueses nas diversas áreas – bibliotecas, desenvolvimento e inovação curricular, administração e gestão escolar e apoio à educação pré-escolar, entre outros. Tem-se por objectivo capacitar pessoal local para que o sistema de ensino do país cresça de forma estruturada e de modo a atender às necessidades da população.
Os protocolos serão assinados na próxima semana durante a visita do Primeiro-ministro Xanana Gusmão a Portugal. O calendário desta visita será oportunamente divulgado.

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Universidade de Coimbra atribui honoris causa a Xanana Gusmão

>> 20110922

in PTJORNAL.COM

Autor: Redação
Quinta-feira, 22 Setembro 2011 12:46

Primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, vai receber o grau de doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra (UC), no dia 28 de setembro, às 10h30, na Sala dos Capelos (Sala Grande dos Actos).



A chegada de Xanana Gusmão à UC está prevista para as 09h30. A atribuição do título foi proposta pela Faculdade de Letras (FLUC) e reconhece “uma figura de invulgar dimensão humana e o político que, com visão lúcida e estratégica, deu um passo tão importante para a afirmação da lusofonia”.

“Xanana Gusmão é, ele mesmo, um espírito, afeiçoado às artes, nomeadamente à poesia e pintura, que cultivou, uma e outra, nos dias agrestes da luta nas montanhas e nos não menos agrestes tempos da prisão em Cipinang”, afirma o diretor da FLUC, Carlos André.

Xanana nasceu a 20 de junho de 1946 em Manatuto, Timor-Leste. Foi criado no País, junto com um irmão e cinco irmãs. Em 1974, juntou-se à recém-formada Associação Social Democrata – ASDT, que no mesmo ano se transformou na Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN). Tendo trabalhado como jornalista e fotógrafo, Xanana Gusmão assumiu o cargo de Diretor Adjunto do Departamento de Informação do partido.

A 7 de dezembro de 1975, após uma série de incursões fronteiriças armadas no território de Timor-Leste, a Indonésia decidiu invadir a capital, Díli. Após a morte do então Presidente da FRETILIN, Nicolau Lobato, em dezembro de 1978, juntamente com a perda da maior parte dos Membros do Comité Central da FRETILIN, Xanana Gusmão ficou com a tarefa de reorganizar a luta.

Em março de 1981 organizou a primeira Conferência Nacional da FRETILIN, durante a qual foi eleito líder da Resistência e Comandante-Chefe das FALINTIL (Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor-Leste) e, em março de 1983, demonstrou o seu pragmatismo ao iniciar negociações formais com as Forças Armadas indonésias (ABRI/TNI), levando a um cessar-fogo que durou até agosto desse ano.

Kay Rala Xanana Gusmão concebeu e implantou a Política de Unidade Nacional que se traduziu em cooperação ativa com membros da Igreja Católica e com as autoridades transitórias de Timor-Leste.

Aproveitou os cinco meses do cessar-fogo para desenvolver a primeira rede clandestina nacional organizada, conhecida por 'Frente Clandestina'.

Em 1988 o sucesso da iniciativa de Unidade Nacional levou Xanana Gusmão a criar o CNRM – Conselho Nacional da Resistência Maubere, como expressão do comando nacional apartidário da luta; o CNRM tornou-se posteriormente no CNRT, o Conselho Nacional da Resistência Timorense.

Um ano após o massacre de Santa Cruz, e após 17 anos de guerrilha, Xanana foi capturado a 20 de novembro de 1992 na capital, Díli. Apesar de ser elogiado a nível internacional, foi alvo de um julgamento e detido numa prisão destinada a criminosos comuns. Posteriormente, as autoridades indonésias transferiram-no para a Prisão de Cipinang, reservada a presos políticos.

Ali, dedicou o seu tempo à elaboração de estratégias para a Resistência, ao mesmo tempo que estudava indonésio, inglês e direito. Em abril de 1998, na Convenção Nacional Timorense na diáspora, que estabeleceu o Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT), Xanana Gusmão foi reafirmado por aclamação como líder da Resistência Timorense e Presidente do CNRT.

A 10 de fevereiro de 1999, Xanana sai de Cipinang, passando a estar sob regime de prisão domiciliária em Salemba, na parte central de Jacarta.

O rápido desenvolvimento do processo político timorense e o reconhecimento internacional generalizado das qualidades de Xanana Gusmão como estadista e líder foram razões para diversas visitas à sua casa prisão por parte de representantes de Governos estrangeiros.

O referendo patrocinado pela ONU a 30 de agosto de 1999 assinalou o fim da ocupação indonésia de Timor-Leste e o início do processo de transição liderado pela ONU em Timor-Leste. Este foi sem dúvida o primeiro ato democrático na história de Timor-Leste.

No dia 14 de abril de 2002, Xanana Gusmão foi eleito Presidente de Timor-Leste, tendo tomado posse a 20 de maio de 2002. Serviu como Presidente da República até ao final do seu mandato em maio de 2007.

Após deixar a Presidência foi eleito Presidente do partido político formado em abril de 2007, o CNRT – “Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste”. Durante todo o mês de junho, Kay Rala Xanana Gusmão fez campanha para as eleições legislativas em todo o País.

A 30 de junho realizaram-se as eleições legislativas, tendo o CNRT recebido o segundo maior número de votos e formando imediatamente uma aliança com três outros partidos políticos, o PD (Partido Democrático) e a Coligação ASDT-PSD, tendo essa aliança passado a chamar-se AMP (Aliança da Maioria Parlamentar) e garantindo 37 dos 65 assentos no Parlamento Nacional.

A 8 de agosto de 2007, no Palácio Presidencial Lahane, tomou posse o IV Governo Constitucional, com Kay Rala Xanana Gusmão como Primeiro-Ministro e Ministro da Defesa e Segurança da República Democrática de Timor-Leste. O mandato do Governo termina em 2012.

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Notícias recentes

>> 20110921

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INFO | Relatório sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência em Timor-Leste

>> 20110920


Sumário Executivo

É essencial considerar no presente momento os direitos das pessoas com deficiência, uma vez que Timor-Leste está a construir a sua nação e está empenhado em tornar-se um líder regional em matéria de direitos humanos.

O cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência poderá ter um papel fundamental na garantia do desenvolvimento nacional inclusivo em Timor-Leste e na região da Ásia-Pacífico.
    
De 2010 a 2011, a Secção de Direitos Humanos e Justiça Transicional da UNMIT (HRTJS) realizou uma pesquisa sobre os direitos das pessoas com deficiência. Os resultados preliminares desta pesquisa e as recomendações são partilhados abaixo para facilitar a discussão sobre a forma como o governo, a sociedade civil e os intervenientes internacionais podem trabalhar em conjunto para promover e proteger os direitos das pessoas com deficiência. Sendo o primeiro relatório público de uma missão de manutenção da paz sobre os direitos das pessoas com deficiência, requer uma maior reflexão e acção por parte das Nações Unidas.    

As pessoas com deficiência de Timor-Leste participaram na pesquisa e elaboração das recomendações do relatório. As suas vozes e visão vão ditar o caminho para um futuro no qual os direitos de todas as pessoas serão cumpridos - em Timor-Leste e além.

Principais Conclusões 

Timor-Leste tomou medidas progressivas para o cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência, mas maiores investimentos são necessários para proporcionar igualdade de oportunidades e proteger os grupos de alto risco contra violações de direitos humanos graves, especialmente em relação a pessoas com deficiência mental, mulheres e crianças. 

Timor-Leste agiu com eficácia para o cumprimento do direito de participação na vida cultural das pessoas com deficiência.  <> O actual quadro jurídico nacional exige maior desenvolvimento para proteger as pessoas com deficiência contra a discriminação e para garantir-lhes acesso aos serviços públicos.  <> As pessoas com deficiência não têm beneficiado suficientemente nem têm sido incluídas no planejamento do acesso a edifícios públicos, transportes e a outras formas de infra-estrutura nacional.

O governo e a sociedade civil tomaram medidas para aumentar o acesso à educação das pessoas com deficiência, mas a educação é a área que as pessoas com deficiência identificam como a que necessita de mais melhorias.  <> As crianças com deficiência são vulneráveis à discriminação no acesso à educação.  <> O acesso à informação pública não tem sido devidamente facultado às pessoas com deficiência. 


Apesar de alguns intervenientes do governo estarem a envidar esforços para atender às necessidades das pessoas com deficiência, as políticas eleitorais e a legislação têm de abordar melhor a acessibilidade e garantir em todas as leis o direito de voto de todas as pessoas com deficiência, incluindo as pessoas com deficiência mental.

Por vezes, as pessoas com deficiência são vítimas de agressões físicas e verbais no interior das suas próprias comunidades. A linguagem estigmatizante é comumente utilizada em Timor-Leste na referência a pessoas com deficiência. 

A monitorização e implementação das políticas governamentais sobre a deficiência têm de ser reforçadas de modo a estarem em conformidade com as normas internacionais já adaptadas nas políticas nacionais.  <> Uma maior regulamentação e monitorização da prestação de cuidados de saúde às pessoas com deficiência mental é essencial para protegê-las contra o tratamento cruel e a privação da liberdade.  <> As mulheres com deficiência são particularmente vulneráveis à agressão sexual e devem ser incluídas nos esforços de âmbito nacional de combate a violência baseada no gênero.


Recomendações de Prioridades 

Pelo Governo: 

Emitir declarações públicas e materiais educativos que afirmem que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos das outras pessoas e que esses direitos têm de ser promovidos e cumpridos. 

Complementar o quadro jurídico e político actuais, dando prioridade à legislação sobre a saúde mental e às medidas que protegem o direito de voto, uma política nacional para a deficiência que promova a não-discriminação e a adesão e ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. 

Promover e proteger os direitos das pessoas com deficiência de alto risco, especialmente as pessoas com deficiência mental, mulheres e crianças. 

Aumentar a capacidade da sociedade civil e dos intervenientes do governo de monitorizar e de comunicar sobre a prestação de serviços às pessoas com deficiência, em conformidade com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e com outras leis e políticas pertinentes.   

Pelo Ministério da Saúde: 

Garantir cuidados de saúde adequados, protecção e libertação de pessoas mantidas com restrições permanentes. 

Criar opções públicas de reabilitação que possam satisfazer totalmente as necessidades e proteger os direitos das pessoas com deficiência mental. 

Pelo Ministério da Justiça: 

Garantir que as pessoas com deficiência recebem reconhecimento igual perante a lei e o pleno acesso aos recursos de justiça, incluindo a prestação de serviços de apoio judiciário, tradução, interpretação, reabilitação e protecção.  

Pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE): 

Desenvolver planos de cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência para as eleições de 2012, incluindo a acessibilidade à informação do eleitor, recenseamento e secções de voto.  

Pelo Ministério das Infra-estruturas:

Garantir a protecção dos direitos das pessoas com deficiência na legislação futura, regulamentando as normas de construção e implementando progressivamente elementos de desenho universal que criam um melhor acesso à infra-estrutura pública.   

Pelo Ministério da Solidariedade Social: 

Defender aumentos de orçamento, de pessoal e de recursos, especialmente em relação a gabinetes que cobrem áreas distantes.   

Pela Secretaria de Estado para a Promoção da Igualdade (SEPI) e a Comissão Nacional dos Direitos da Criança: 

Incluir as mulheres e as crianças com deficiência em todos os programas.   

Pelo Provedor de Direitos Humanos e Justiça e a Direcção Nacional dos Direitos Humanos e de Cidadania do Ministério da Justiça: 

Desenvolver mecanismos de monitorização, denúncia e programas de educação sobre os direitos das pessoas com deficiência.   

Pelos Doadores:  

Integrar os direitos das pessoas com deficiência, incluindo a insistência num modelo universal, igualdade de oportunidades de emprego e orçamentação para proteger esses direitos.  <> Dar prioridade ao apoio para formação e "mentoring" no país para o pessoal da saúde, intervenientes judiciais e professores relativamente aos direitos das pessoas com deficiência e aos serviços que lhes prestados.  

Pelas Nações Unidas: 

Tomar medidas imediatas para garantir a sensibilização do pessoal em relação aos direitos das pessoas com deficiência e a acessibilidade às instalações e ao emprego das pessoas com deficiência, inclusive em operações de manutenção da paz.

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"Timor: Xanana em visita oficial a Portugal na próxima semana"

>> 20110919

"O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, vai realizar uma visita oficial a Portugal entre 26 e 29 de setembro para reforçar a cooperação no setor da educação.
 «Vou encontrar-me com o novo governo. Normalmente quando um governo é novo a gente fala de políticas ou de acordos de cooperação já existentes e as perspetivas de cooperação futura», afirmou à Agência Lusa Xanana Gusmão.
Questionado sobre se seria assinado algum acordo, o primeiro-ministro timorense disse que o ministro da Educação do país, João Câncio Freira, irá ter a Portugal para «assinar um acordo de cooperação»." ( Diário Digital / Lusa)

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Pelo mundo ...

>> 20110915

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Parabéns ao Sapo TL

Imagem daqui

"Foi há um ano que o SAPO chegou a Timor-Leste. Desde esse dia o portal cresceu em conteúdos, fotos, vídeos e audiência. Sempre em tétum e em português.
Com meio milhão de pageviews mensais, o SAPO TL conta com mais de 6200 contas de e-mail, 20.000 fotos e vídeos e 200 páginas online para pequenas e médias empresas. Com acessos vindos de Timor-Leste, Portugal, Reino Unido, Austrália, Indonésia e Brasil, o SAPO TL é já um ponto de encontro entre timorenses dispersos por todo o mundo. (...)" (Sapo)

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Escola Portuguesa de Dili | Concursos para docentes

>> 20110914

"Abre hoje concurso, no portal da DGRHE, para a escola Portuguesa de Dili onde é dada preferência a docentes com ausência da componente lectiva, mas também podem candidatar-se os docentes com profissionalização. (manual de candidatura)
São 39 lugares para os seguintes grupos: (ver anexo 1)
100 – Educação Pré – Escolar
110 – 1.º Ciclo do Ensino Básico
230 – Matemática e Ciências da Natureza
300 – Português
320 – Francês
330 – Inglês
400 – História
500 – Matemática
510 – Física e Química
520 – Biologia e Geologia
A remuneração mensal corresponde ao vencimento que os docentes auferem em Portugal. A esta remuneração acrescem abonos e garantias previstas na lei (pagamento de viagens de ida e volta, abono de instalação, seguros, etc.), os quais serão suportados pela Escola Portuguesa de Díli.
E para quem pode e gosta porque não tentar entrar neste concurso?
Mais informações no site do GEPE." (por em Escola Portuguesa de Dili)

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Escola portuguesa interagiu com os alunos da Escola Primária Mau-Meta

>> 20110912

"Díli – Escola portuguesa doou livros escolares, roupa e sapatos, este sábado, 10 de Setembro, aos alunos da Escola Primária Mau-Meta, na ilha Atauro, em colaboração com a Polícia timorense e a GNR.
Os livros foram doados pela Escola Febo Moniz, em Almeirim, Portugal. Os bens foram oficialmente entregues à instituição através do Comandante da Guarda Nacional Republicana (GNR) em Timor-Leste, Nuno Miguel Oliveira Simões, e pela Tenente Sara Quinta.

O Comissário da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), Longuinhos Monteiro, a Tenente Coronel da GNR, Rosa Gomes, e oficiais da polícia portuguesa e timorense também assistiram à cerimónia.

O Director da Escola Primária Mau-Meta, Januário de Araújo, deu as boas vindas aos oficiais, dizendo que o estabelecimento precisa destes bens, tanto para os alunos, como para os professores.

«Estou bastante satisfeito com esta acção porque os professores e alunos poderão utilizar os livros que precisam, em diferentes disciplinas, para desenvolver o conhecimento», referiu Januário de Araújo.

O vestuário será também uma grande ajuda, dado que muitos pais não têm poder de compra para adquirir estes bens de primeira necessidade, referiu o Director da Escola Mau-Meta, acrescentando que o Ministério da Educação prometeu fornecer uniformes aos alunos mas ainda não conseguiu cumprir esta medida.

O Comandante da GNR, Nuno Miguel Oliveira Simões, disse esperar que os estudantes beneficiem com estas doações. Também agradeceu à PNTL a ajuda prestada na entrega dos materiais.

O Comissário Longuinhos Monteiro mostrou contentamento pela assistência prestada por Portugal. Disse que ia trabalhar no sentido de acelerar o processo de entrega dos uniformes às crianças, que são o futuro do país.

«Não posso prometer mas vou fazer os possíveis para obter e distribuir os uniformes pelas crianças desta escola», referiu Longuinhos Monteiro.

Os alunos do quinto ano, José Ricardo de Jesus e Elizita Esperanças Guterres, de 11 anos, disseram estar gratos por estas doações.

«Estou contente porque vou poder ler muitos livros para aumentar o meu conhecimento», confessou José Ricardo de Jesus.

A Escola Primária Mau-Meta tem 18 professores e 326 alunos.
(c) PNN Portuguese News Network"

Fonte: Jornal Digital

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Xanana tem uma dívida política a pagar a ...? What? OK : /

>> 20110908

Gostaria de saber quem é que diz o quê. Passo a citar:

(...) Dito de outra maneira, Xanana tem uma dívida política a pagar a Ramos-Horta que colide com a sua eventual intenção de apoiar Matan Ruak. Se mesmo assim Xanana apoiar Matan Ruak, em detrimento de Ramos-Horta, a possibilidade de a FRETILIN apoiar este último não me parece fácil, ainda que isso não seja impossível. Todavia, com ou sem apoio do CNRT ou da FRETILIN, se quiser concorrer às próximas presidenciais, Ramos-Horta tem um peso pessoal e político em Timor-Leste que, em circunstâncias normais, lhe assegura a reeleição.(...) (por Paulo Gorjão)

Jornalismo é isenção mas ... Nem tudo o que as pessoas escrevem, nos media, é jornalismo.

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Vídeo | Abundância de recursos

>> 20110906


"(...) today, East Timor's economy is one of the fastest-growing in the world." (Al Jazeera)

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Timor-Leste | Novo Museu da Resistência

>> 20110903

"Vão ter ser tornados públicos milhares de documentos da ocupação Indonésia a Timor. Em breve vão estar no museu nacional da resistência timorense." (RTP)


Link:
http://tv2.rtp.pt/noticias/?t=Timor-vai-ter-um-museu-da-resistencia.rtp&headline=20&visual=9&article=475073&tm=4

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